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Escrito por: Paulo Souza

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Eu vou à luta é com essa juventude

11 de Março de 2015

Convocamos a todos e a todas para estarmos juntos no dia 13/03, ocupando as ruas, praças e avenidas para defender a democracia

Por Paulo Souza

A juventude sempre cumpriu um papel importante na construção da história desse país.  Organizada, esteve à frente na luta por direitos de cidadania, transformando a realidade e contribuindo ativamente nos principais fronts de batalha que definiram decisivamente os rumos e trajetória do Brasil.

Foi assim durante todo o período de Ditadura Civil-Militar (1964 – 1985), onde a juventude montou um forte bloco de resistência contra o Regime autoritário, expressando-se por meio de jornais clandestinos, músicas e manifestações, apesar de intensa repressão. Em 1984, quando milhares saíram às ruas ecoando nos quatro cantos do país o grito: “1, 2, 3, 4, 5 mil. Queremos eleger o presidente do Brasil”, era o movimento “Diretas Já” que estava na rua, exigindo a volta das eleições diretas para presidente no Brasil e que teve como um dos seus principais protagonistas a juventude estudantil e trabalhadora brasileira, que não vacilou, puxando as maiores manifestações já vistas na história recente deste país.

Ao final dessa memorável campanha, o Congresso Nacional votou a favor das eleições indiretas e Tancredo Neves foi nomeado presidente para o próximo mandato (a partir de 1985) e ficou decidido que as próximas eleições, em 1989, seriam diretas. Depois de 34 anos de eleições indiretas, o país voltaria a ter eleições diretas para presidente. Uma vitória do movimento e da juventude brasileira organizada.

Em 1989, com uma campanha eleitoral profundamente questionável, Fernando Collor de Melo foi eleito presidente do Brasil. Mas em 1992, após diversos ataques a economia e democracia brasileira, o movimento conhecido como “Caras Pintadas”, reunindo multidões de jovens, foi às ruas vestidos de preto com os rostos pintados pedindo o impeachment do presidente. Mais uma vez a juventude organizada esteve à frente dessas manifestações que resultaram na queda do então presidente Fernando Collor de Melo.

Foi assim também durante as jornadas de junho de 2013, quando a juventude mostrou sua capacidade de mobilização e articulação, levando milhões de jovens a ocupar praças e ruas nas mais diversas localidades do Brasil exigindo melhores condições de vida para a população. Estima-se que as manifestações reuniram aproximadamente dois milhões de pessoas em mais de 400 cidades brasileiras. Ainda que os protestos, em determinado momento, tenham tomado rumos diversos e, às vezes, tenham sido até contraditórios e antagônicos, as manifestações abalaram o sistema políticos brasileiro, já que movimentos desta grandeza nunca tinham sido visto antes na história do Brasil.

Mais uma vez a juventude brasileira esteve à frente deste front e pautou os governos, os poderes instituídos e a sociedade cobrando mais direitos, exigindo, basicamente, uma vida mais livre, menos restritiva, sem Felicianos e nem Bolsonaros. Contudo e apesar dos pesares, o ano de 2013 já é histórico para a história política do país e da juventude.

Agora, em 2015, o delicado cenário político apresenta mais um grande desafio para a juventude brasileira: defender a democracia e os direitos! E defender a democracia na atual conjuntura significa apoiar a realização de um plebiscito para consultar a população sobre a possibilidade de uma nova Constituinte Exclusiva, Soberana e Temática que definirá o novo funcionamento do Sistema Político Brasileiro, defender a democratização dos meios de comunicação, lutar contra as medidas impopulares pautadas nas MPs 664 e 665, exigir a construção de uma reforma tributária que defina um sistema progressivo de taxação, lutar pelo fim autos de resistência pressionando o Congresso para aprovar o PL 4471/12, defender a reforma agrária, a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal 100% pública e os direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores através de muita luta e enfrentamento.

Para tanto, convocamos a todos e a todas para estarmos juntos, mais uma vez, no dia 13/03/15, ocupando as ruas, praças e avenidas nas cidades e nos campos brasileiros, convidando nossas bases, amigos e familiares para defender a democracia e dizer NÃO ao golpe e ao retrocesso que setores conservadores e fundamentalistas tentar organizar com o apoio dessa mídia golpista e reacionária. Vamos dizer SIM a democracia e aos direitos! Estamos construindo a história desse país, não vamos vacilar! Esta batalha é nossa! Vamos levantar nossas bandeiras e defender nosso legado de lutas e conquistas. As próximas gerações agradecem.

“Eu acredito é na rapaziada que segue em frente e segura o rojão. Eu ponho fé é na fé da moçada que não foge da fera e enfrenta o leão. Eu vou à luta é com essa juventude que não corre da raia à troco da nada. Eu vou no bloco dessa mocidade que não tá na saudade e constrói a manhã desejada”  (Gonzaguinha)

Paulo Souza é Secretario de Juventude da CNQ