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13º salário no Ramo Químico deve injetar R$ 8,6 bilhões na economia

01 de Dezembro de 2022

Brasil

Valor é 10,89% maior que em 2021 e reforça a importância do emprego com carteira assinada para movimentar o consumo e estimular a produção industrial

Texto: Dieese | Adaptação: Comunicação CNQ-CUT

Até o final de 2022, devem ser injetados na economia até R$ 8,6 bilhões em consequência do pagamento do 13º salário dos trabalhadores e das trabalhadoras do Ramo Químico de todo o Brasil. Este montante será pago aos cerca de 1,86 milhão de empregad@s no mercado formal, demonstrando o peso positivo que faz o modelo de carteira assinada para o giro e consumo de bens e serviços, já que não há garantia legal deste direito para autônomos, assalariad@s sem carteira ou outras formas de inserção do mercado de trabalho.

Para o cálculo, foram considerados os setores Sucroalcooleiro, Papel e Celulose, Químicos, Cosméticos, Farmacêutico, Borracha, Plásticos, Vidro, Brinquedos, Minério, Petróleo e Gás Natural.

A estimativa é da Rede Químicos do DIEESE, que utilizou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), considerando o total de assalariados com carteira assinada que trabalhavam em dezembro de 2021, acrescido do saldo de geração de empregos no Ramo Químico de janeiro a setembro de 2022.

Além disso, não há distinção dos casos de categorias que recebem antecipadamente ao menos uma parte do 13º, por definição de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ou Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Assim, os dados apresentados constituem uma projeção do volume total de reais que entra na economia ao longo do ano, e não necessariamente nos dois últimos meses de 2022. Entretanto, estima-se que a maior parte seja paga no final do ano.

O valor de R$ 8,6 bilhão é 10,89% maior que o projetado 2021, em razão da elevação da remuneração média do setor em 4,81% e do aumento de 5,8% no número de trabalhador@s formais no Ramo. Em 2022, o rendimento médio da categoria foi de  R$ 4.612,29.

Recortes

Refletindo a maior capacidade econômica da região, a parcela mais expressiva do 13º salário (66,57%) deve ficar nos estados do Sudeste, onde está concentrada também a maior parte dos trabalhadores do ramo químico (56,23%).

Outros 13,11% do total devem ser pagos na região Sul, enquanto, no Nordeste, devem entrar em circulação 10,43% do total.

Para as regiões Centro-Oeste e Norte, irão, respectivamente, 6,33% e 3,34% do montante em reais. 

O Sudeste tem também o maior valor médio de 13º salário (R$ 5.460,45) e a região Nordeste, o menor valor (R$ 3.179,27).

Os maiores valores médios para o 13º devem ser pagos nos estados do Rio de Janeiro (R$ 11.504,27), do Espírito Santo (R$ 5.984,57), de São Paulo (R$ 4.969,74) e da Bahia (R$ 4.778,95). Os menores valores de 13º devem ficar nos estados de Roraima e do Acre, respectivamente, R$ 1.929,76 e R$ 1.818,49.

Os trabalhadores e as trabalhadoras do Ramo Químico, assim como os demais trabalhadores brasileiros, tende a gastar a maior parte dessa renda adicional com o 13º na economia local, contribuindo para o aumento das vendas do comércio e da produção das indústrias. A outra parte dessa renda deve ser destinada à poupança, quitação de dívidas ou pagamento de impostos no início do ano que vem, como IPTU e IPVA, por exemplo.