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Acidente químico ampliado na Braskem

20 de Outubro de 2015

Saúde

O acidente ocorrido no dia 14 de outubro passado, às 16h30, na unidade Cracker, antiga PQU e atual Braskem foi devido ao rompimento na linha de transferência na saída dos fornos, no setor de oleofinas. Segundo diretor do Sindicato dos Químicos do ABC e trabalhador na unidade, Joel Santana de Souza, o acidente envolveu cinco trabalhadores terceirizados. "O mais grave teve fratura no braço e na mandíbula, esta hospitalizado sem risco de morte. Um trabalhador teve queimaduras de 1º e 2º grau no rosto, e os outros, lesões leves", disse. A planta continua em procedimentos de parada por medida de segurança, o PAM (Plano de Auxílio Mútuo), coordenado pelo corpo de bombeiros.

O Sindicato dos Químicos do ABC e o Sistema Único de Representação (SUR) reuniram-se com a empresa no último dia 17/10/2015 para apurar as causas do acidente e para dar os devidos encaminhamentos.

“Apesar da gra­vidade e de se cons­tituir num Acidente Químico Ampliado, a Braskem considerou o evento como um "incidente", o que é, no mínimo, uma irresponsabilidade e descaso da empresa com a segurança e a vida dos trabalhadores”, comentou o Secretário de Saúde do Trabalhador da CNQ, Antonio Goulart.

Cetesb avalia se Braskem será multada

Os técnicos da Agência Ambiental ABC1, da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que atende a região do Polo Petroquímico de Capuava, estão concluindo análise para elaborar relatório do atendimento do incêndio ocorrido na Braskem, informa o jornal local ABCD Maior.

Com base nesse relatório, diz a reportagem, será definida a autuação a ser aplicada à empresa. Essa autuação pode ir de uma simples advertência a multa, com valor que pode chegar a 10 mil Ufesps (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), equivalentes a R$ 212, 5 mil. A penalidade contempla ainda exigências para que tais acidentes sejam evitados.

De acordo com a Cetesb, as chamas tiveram duração de 15 minutos, uma vez que houve fechamento automático das saídas de gás. Um forte odor de plástico queimado relatado por moradores da região após o incêndio, como consequência da limpeza da tubulação por onde passam os gases residuais e, de acordo com a agência, apesar da emissão de fumaça preta, não houve perigo de toxicidade.

Para a contenção do fogo, provocado pelo contato do gás com o oxigênio, foram utilizados 3 mil metros cúbicos de água na operação de rescaldo do Corpo de Bombeiros. A água estava retida na bacia de contenção de incêndio da empresa, em cumprimento a norma de segurança exigida pela Cetesb. 

Essa unidade da Braskem é composta por aproximadamente 10 km de tubulação, por onde passam os gases residuais. Para limpeza da tubulação, os gases remanescentes foram queimados em três “flares” (chaminés), ação que não causou emissão de fumaça preta para atmosfera, de acordo com a Cetesb.