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Formação e Solidariedade entre as prioridades das mulheres do ramo químico

06 de Dezembro de 2017

Mulheres

Coletivo debateu propostas de formação para as mulheres do ramo e recebeu as companheiras do MAB para conhecer a luta das mulheres vítimas das barragens

Antecedendo à reunião da direção da CNQ-CUT, o Coletivo das Mulheres do Ramo Químico se reuniu na tarde desta quarte-feira, 6/12, em São Paulo com uma programação bastante especial: debater propostas de formação para as mulheres do ramo para 2018 e conheceer a realidade da luta das mulheres do Movimento dos Atingidos pelas Barragens - MAB.

Discussão de Plano de Trabalho

Na primeira parte da reunião, a responsável pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CNQ, Lucimar Rodrigues, debateu com as participantes alguns temas de maior interesse a serem abordados nos cursos de formação para as mulheres do ramo em 2008. Essa discussão contou com a participação também do atual Secretário de Formação da CNQ, Francisco Sales Vieira.

"Temos um rico histórico de formação, com o desenvolvimento do Programa Formaquim Mulher e, mais recentemente, do Ubuntu, um projeto bastante especial de empoderamento das lideranças mulheres do movimento sindical que se encerrou em setembro passado", comentou Lucimar, abrindo o diálogo com as mulheres.

Para a presidenta da CNQ, Lucineide Varjão, o ano de 2017 foi bastante positivo para as mulheres do ramo, destacando que o setor petróleo avançou bastante na participação das mulheres nas direções das entidades. "No Congresso deste ano, a FUP incorporou 27% de mulheres na sua direção e pela primeira vez uma mulher está na tesouraria da entidade", pontuou. "Tivemos também o Projeto Ubuntu, cujo resultado podemos ver no dia a dia da ação sindical, com as cursistas falando em mesas de abertura, no caminhão de som, nas discussões das direções. Nem todas despertaram ainda, mas o fato das mulheres estarem intervindo já é um avanço importante, mulheres cada vez mais empoderadas, dispostas a participar e a lutar", completou.

As mulheres presentes elencaram vários pontos para o plano de trabalho do Coletivo para 2018, que serão encaminhados e discutidos na reunião da direção da CNQ, que acontece nesta quinta e sexta-feira, dias 7 e 8 de dezembro, em São Paulo.

Mulheres atingidas pelas barragens

Na segunda parte da reunião, o Coletivo recebeu as companheiras Liciane, da coordenação nacional do MAB, e Jussiane, integrante do movimento.  Elas contaram um pouco da realidade da população que mora nas regiões que são atingida por projetos de barragens, como os de Mariana (MG) e da região sul do País, que expulsou cerca de 5.500 famílias de suas casas. "A minha família foi uma delas", comentou Liciane.

Elas contaram como a indústria energética do nosso país se desenvolve através da construção de barragens e como isso afeta a população que vive nas regiões atingidas por esses projetos. E também abordaram como é a formação sobre as questões do feminismo dentro do movimento.

Para conhecer o MAB – Movimento dos Atingidos pelas Barragens - acesse AQUI

“Temos um processo de formação mista, em que a gente inclui na reunião da direção os temas relacionados às mulheres. E também com o processo de formação da juventude, que tem na grade de formação o tema feminismo. O outro processo é a auto-organização das mulheres, onde elas se reúnem para fazer o debate da autoafirmação e estratégia do movimento, para se apoderarem do debate político", disse,

Logo em seguida, todas assistiram ao filme “Arpilleras: bordando a resistência”, que conta as histórias de cinco mulheres atingidas por barragens em cinco regiões brasileiras.  

Os relatos, apesar de singulares, denunciam em comum a lógica predatória das empresas do setor elétrico, vigente em todo o país. Comunidades inteiras deparam-se com a negação do direito à informação, à terra e à memória.  Para as mulheres, as violações de direitos são ainda maiores. Com a chegada de milhares de operários nos pequenos municípios que abrigam os canteiros de obras das hidrelétricas, por exemplo, há um aumento exponencial de assédio sexual, tráfico de mulheres, prostituição e estupro.

O filme vai em busca destas histórias para denunciar à sociedade brasileira e internacional a violação de direitos das mulheres, especialmente. E mostra também o protagonismo e coragem destas mulheres na luta pelos direitos.

Confira!