Voltar

CSA discutirá reação internacional ao conservadorismo

26 de Abril de 2016

Internacional

Presidenta Lucineide Varjão e Secretário de Relações Internacionais Fabio Lins participam da atividade, representando a CNQ-CUT

O 3º encontro da Confederação Sindical das Américas acontece entre dias 26 e 29 de abril no Brasil e debaterá como classe trabalhadora deve atuar diante de ataques a direitos

Mais de 500 delegados de todas as Américas irão se reunir entre os dias 26 e 29 de abril em São Paulo durante o 3º Congresso Internacional da CSA (Confederação Sindical das Américas).  

O encontro que terá participação dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Pepe Mujica (Uuruguai), elegerá a nova direção da entidade e discutirá a atuação dos trabalhadores diante do aprofundamento de tratados de livre comércio e de ataques das transnacionais às conquistas sociais, especialmente na América do Sul.

Ações que colocam em risco o PLADA (Plano de Desenvolvimento para as Américas), documento da CSA construído com diversos movimentos sociais em defesa das Américas como território de paz, igualdade, bem-estar social e desenvolvimento com sustentabilidade.

A CUT participará do congresso com uma delegação paritária formada por 24 delegados (12 homens e 12 mulheres), em que 30% são jovens. A Central terá também um estande para pautar a luta pela democracia e por direitos para pautar os delegados sobre esse tema.

No local, a maior central sindical do país distribuirá um artigo em quatros idiomas (português, espanhol, inglês e francês) para atualizar os últimos episódios da crise no Brasil, com destaque para a denúncia do golpe e para pedir solidariedade ao movimento sindical internacional.

A Central solicitará aos organismos internacionais que denunciem a tentativa de ataque à democracia e, se confirmado o golpe, o pedido para que as organizações não reconheçam o governo golpista.

Ação conjunta 

Para o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, o momento pelo qual passa a América do Sul é resultado de ataques orquestrados que devem também ser respondidos com unidade, cenário que reforça a importância da atuação da CSA.

“Além da situação grave no Brasil, temos retrocesso na Argentina, a partir da eleição do Macri, na Venezuela, a partir da eleição de um parlamento da direita, e ataques no Brasil ao governo Dilma. Situação semelhante se repete com a presidenta Michele Bachelet, no Chile, e com Tabaré Vázquez, no Uruguai. Não é uma coincidência, é a construção de um discurso por meio dos meios de comunicação e do boicote empresarial para afetar a economia. Uma ofensiva da direita que exige estarmos preparados para essa nova realidade com uma CSA de mais resistência e combate”, defende o dirigente.

Para Lisboa, a política cada vez tomada e alimentada pelas corporações transnacionais mira o Brasil por conta do incômodo com a guinada na geopolítica e nas políticas de distribuição de renda.

“O avanço do capital internacional mira riquezas que podem nos oferecer autonomia, como o pré-sal e a água. Além disso, o Brasil é parte dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), um bloco econômico que ameaça a hegemonia americana. E quando você junta tudo isso a políticas públicas de distribuição de renda e ataques a privilégios, você tem um cenário de insatisfação da elite atrasada brasileira que, ainda por cima, não consegue vencer candidatos populares desde a eleição do presidente Lula”, avalia.