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Deputados Paulo Pimenta e Luiz Fernando destacam a centralidade da Indústria Química na pauta eleitoral

13 de Abril de 2022

Ramo Químico

Em reunião da direção da CNQ, parlamentares avaliaram que o Ramo merece atenção prioritária para frear o processo de desindustrialização do Brasil

A Direção Plena da CNQ-CUT se reuniu virtualmente nesta semana, com a participação de dirigentes de federações e sindicatos filiados. Iniciando as comemorações pelos 30 anos da entidade, o encontro contou com a participação do deputado estadual Luiz Fernando (PT-SP) e do deputado federal Paulo Pìmenta (PT-RS) para análise de conjuntura que traçou perspectivas sobre o processo eleitoral de 2022 e sobre a reconstrução da Indústria Brasileira, tendo o Ramo Químico como um de seus principais pilares.

“Os dois parlamentares são muito próximos das nossas categorias e, por isso, têm a visão do ponto estratégico que a indústria química, em todos os seus setores, pode desempenhar para a retomada do desenvolvimento e do emprego com renda digna para os trabalhadores e trabalhadoras. Como já me foi dito, a química é a indústria das indústrias, pois se faz presente em todos os outros ramos e processos produtivos”, ressaltou o presidente da CNQ, Geralcino Teixeira.

Secretário-Geral da Confederação, Alexandre Castilho ressaltou que o deputado Luiz Fernando preside as frentes parlamentares da Indústria Química e da Indústria Farmacêutica na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Pimenta, por sua vez, já ocupou papel equivalente na Câmara dos Deputados e segue como interlocutor do Ramo no Legislativo Federal.

Alertas

Ambos concordam que essa será a eleição mais importante para a luta da classe trabalhadora organizada, ao mesmo tempo, em que a disputa será de grande dificuldade, especialmente por conta da máquina bolsonarista de fake news.

“A mentira será a nossa maior adversária [...] É o momento de batalhar cada voto. Não devemos sair chamando ninguém de ignorante. Temos que trazer as pessoas”, defende o deputado Luiz Fernando, que adverte sobre a movimentação de forças para impedir o retorno de um projeto popular ao Governo Central, que, em sua primeira passagem, priorizou a distribuição de renda e inverteu a lógica que, historicamente, privilegia a especulação em detrimento da produção e da geração de empregos.

Paulo Pimenta acredita que a pauta econômica, em contraponto à tragédia do desgoverno Bolsonaro na renda das famílias brasileiras, deve ser priorizada no debate eleitoral.

Dois projetos antagonistas

Na sua avaliação, cada vez mais, fica evidente que a terceira via – formada pela direita não-bolsonarista, mais próxima do mercado financeiro – não se consolidará como força relevante na disputa.

“A eleição se configura pelo antagonismo entre dois projetos. A recente tendência de crescimento do Bolsonaro está ligada justamente a essa percepção entre as pessoas e que ficará ainda mais forte quando esses projetos forem expostos de forma mais clara”, avalia o parlamentar.

Paulo Pimenta frisou ainda que os movimentos da classe trabalhadora organizada desempenharão papel crucial, destacando a importância da mobilização e da capacidade de reação, ao enfatizar que o bolsonarismo atuará fora das margens da Constituição na busca pela reeleição e com o propósito de assumir o controle de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Indústria Química

O deputado Luiz Fernando frisou os duros efeitos no Ramo Químico do processo de desindustrialização. “Tem a questão da Petrobras, do preço da nafta, que subiu violentamente”, exemplificou.

Para o parlamentar, uma política de reconstrução do setor exige ações que vão além dos incentivos propiciados pelo Regime Especial da Indústria Química (REIQ) – sob ameaça por Medida Provisória de Bolsonaro.

“É necessária uma mobilização por um projeto de Estado. Caso contrário, o ramo está fadado a viver grande fuga das indústrias, pois o ‘custo Brasil’ acaba por inviabilizar a atividade. São Paulo, por exemplo, passa também pelo problema tributário. Há um grande fluxo de empresas para outros estados. Além de lutar pela democracia, essa eleição precisa frear os ataques à classe trabalhadora e à indústria”, pontuou.

Paulo Pimenta, por sua vez, disse estar animado com a atenção que vem sendo dada à pauta pelo presidente Lula.

“Temos conseguido levar o debate sobre a Indústria Química. Nos nossos governos, não conseguimos fazer com que ele fosse encarado de forma proporcional à sua grandeza e à sua relevância estratégica. Outros setores acabaram tendo maior atenção e espaço”, analisa.