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Direção planeja ações de secretarias e debate conjuntura

14 de Outubro de 2021

Sindical

Encontro contou com a participação do deputado federal Paulo Pimenta, que aponta grande desafio para as eleições de 2022

Em reunião realizada na última quarta-feira (13/10), a direção da CNQ-CUT definiu o calendário das atividades de planejamento dos coletivos das secretariais. O encontro, em modo virtual para todo o Brasil, foi o primeiro que aconteceu presencialmente para dirigentes e assessoria da Grande São Paulo desde o início da pandemia da covid-19, respeitando todos os protocolos sanitários.

Além do diálogo sobre o ramo químico e dos diversos desafios da categoria de trabalhadoras e trabalhadores País afora, a conjuntura política e macroeconômica foi debatida com a participação do companheiro Paulo Pimenta, deputado federal pelo Rio Grande do Sul e vice-líder do PT na Câmara.

Presidente da CNQ, Geralcino Teixeira destacou a importância da reunião, em razão da relevância da atuação das secretarias para que a confederação dialogue com os sindicatos e as bases de trabalhadoras e trabalhadores.

A tarefa, segundo o dirigente, se aponta como essencial em decorrência do contexto desafiador, explanado no início do encontro pelo deputado Paulo Pimenta.

Presidente dos Químicos do ABC, o companheiro Raimundo Suzart introduziu a fala do congressista, ressaltando o comprometimento do parlamentar com a defesa da indústria e sua articulação com a classe trabalhadora do setor, mesmo não sendo oriundo da base.

Cenário devastador

Em sua exposição, Paulo Pimenta observou que o próximo presidente da República vai se deparar com uma situação muito pior do que a de 2003, quando Lula assumiu o governo brasileiro pela primeira vez: efeitos do golpe de 2016, ataques a direitos da classe trabalhadora, desmonte do Estado, crise sanitária-hospitalar e o avanço da fome e da miséria são alguns dos fatores que ilustram a avaliação.

A desarticulação internacional com frentes que reduziram a dependência das relações econômicas e comerciais com os Estados Unidos e com a Europa foi outro ponto destacado pelo deputado.

Pimenta ressaltou que as mobilizações dos campos populares e progressistas pouco afetaram a base de apoio a Jair Bolsonaro no Congresso, o que dificulta a perspectiva do impeachment. Diretrizes impostas pelo governo atribuíram ao presidente da Câmara, responsável por pautar ou não pedidos de impedimento, controle de fatia importante do Orçamento da União. “Uma parte dessa fatia é usada a cada votação estratégica para eles”.

Perspectivas

Paulo Pimenta alertou que Bolsonaro conta com apoio consolidado de 20% da população que integra sua base ideológica e trabalha com o propósito de chegar à faixa de 25% a 28%, a partir de programas de transferência de renda no ano eleitoral. Chegando ao segundo turno, o governante voltará a apostar no discurso antipetista.

Por outro lado, a mídia hegemônica e os setores que participaram do golpe que derrubou a presidenta Dilma já demonstram desespero na tarefa de viabilizar uma “terceira via. “Vão trabalhar cada vez mais a falsa ideia de que Bolsonaro e Lula são faces da mesma moeda”.

Diante desta conjuntura, o deputado frisou a tarefa do campo progressista de construir uma aliança e um programa capaz de vencer a eleição, talvez até no primeiro turno.

Para isso, segundo Pimenta, é necessário reforçar o diálogo com a vida real da maioria das pessoas, que não se pauta pelo calendário eleitoral. “Nosso desafio não é pequeno”.

 

Deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS)

Dirigentes da Grande SP participaram da reunião na sede da CNQ

Representantes de outras regiões deram suas contribuições por videoconferência

Companheiro Geralcino Teixeira, presidente da CNQ