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Mulheres da CUT debatem estratégias contra retrocessos do governo Temer

21 de Junho de 2016

Mulheres

O Coletivo Nacional de Mulheres da CUT realizou nos dias 15 e 16 de junho uma reunião para discutir estratégias de luta contra os retrocessos trabalhistas e sociais do governo interino de Michel Temer. O encontro aconteceu em São Paulo e reuniu presidentas estaduais, secretárias e assessoras que atuam com a questão de gênero na central.  Várias dirigentes da CNQ participaram da atividade, incluindo a secretária da Mulher Trabalhadora, Lucimar Rodrigues.

A ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo Dilma, Eleonora Menicucci, que teve a pasta extinta pelo governo interino, foi uma das convidadas para o debate e lembrou as conquistas dos últimos anos como a Lei Maria da Penha, o Disque 180 para denúncia de violência e o atendimento a mulheres vítimas de estupradas.

Incorporada ao ministério da Justiça, a ex-ministra diz que o órgão responsável pelas políticas de promoção dos direitos das mulheres virou um "puxadinho" do ministério da Justiça. "É como se a violência contra as mulheres fosse uma questão única e exclusivamente de polícia, e não de acolhimento, de prevenção, de atendimento, enfim, de toda uma proposta integral", criticou a ex-ministra Eleonora, em entrevista à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT (veja AQUI).

Também presente aos debates, a secretária de Políticas para as Mulheres da prefeitura de São Paulo, Denise Motta Dau, disse que, com o governo interino, pairam dúvidas sobre a implementação das políticas públicas aprovadas na Conferência Nacional das Mulheres, realizada em maio, e que contou com a participação da presidenta Dilma Rousseff.

As sindicalistas debateram ainda medidas econômicas que tiram direitos das trabalhadoras. Segundo estudo apresentado pela economista Marilene Teixeira, ex-assessora da CNQ-CUT, a reforma da Previdência apresentada pelo governo temer, que iguala em 65 anos a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres, terá um impacto nefasto para elas.

"As mulheres ingressam no mercado de trabalho de forma muito precoce. Tem muitas interrupções de toda a sua carreira profissional, elas se afastam do trabalho pela maternidade, se afastam por motivos de doenças de familiares. Então as mulheres não conseguem compor, por exemplo, o que seria o mínimo da idade com o mínimo de contribuição", analisa a economista.

"Em toda retirada de direitos, as mulheres são sacrificadas. Aqui a gente deve estabelecer prioridades". A prioridade é o restabelecimento da democracia, o Fora Temer e a organização cada vez mais das mulheres trabalhadoras em busca da manutenção de seus direitos", frisou Ângela Maria de Melo, que integra a executiva da CUT.

A volta da presidenta Dilma é considerada questão de honra: "A mulher mais importante do nosso país é atacada por machista, homofóbicos, homens brancos e ricos que detêm o poder no nosso país. Isso é grave e nós vamos continuar construindo um caminho, que é o caminho da democracia", conclamou a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.