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Seminário integra novos membros da direção e planeja ações

28 de Agosto de 2017

Ramo

Segunda etapa do seminário será em dezembro, com o planejamento de cada secretaria e setorial

A diretoria da CNQ, eleita no VIII Congresso, realizado no mês passado em São Paulo, esteve reunida nos dias 23, 24 e 25 de agosto, em Guarulhos para seu primeiro seminário de planejamento.

Foram três dias de intensas discussões, iniciadas com a presença do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, que dialogou com os diretores sobre a atual situação do País e os desdobramentos, em especial, que a Reforma Trabalhista terá no desenvolvimento das próximas campanhas salariais.

Também foram alavancadas propostas relacionadas ao Plano de Lutas aprovado no VIII Congresso, e a próxima etapa, em dezembro, será o planejamento de cada secretaria e setorial. Os momentos de integração foram importantes para os novos diretores se conhecerem, já que houve uma renovação grande na direção da entidade.

“Saímos desta primeira etapa do planejamento com lição de casa, saímos com algumas responsabilidades para as secretarias trazerem para a segunda etapa, em dezembro próximo”, explicou a presidenta da CNQ, Lucineide Varjão. “Começamos a reunião desse segundo mandato com bastante harmonia, determinação, vontade. Temos grandes desafios, serão grandes enfrentamentos”, completou.

Cenário das campanhas salariais deste segundo semestre

Na manhã do último dia do Seminário de Planejamento da nova direção da CNQ foi dedicado às discussões e ações necessárias relacionadas à preparação das campanhas salariais do ramo no segundo semestre, que buscarão diminuir o forte impacto da Reforma Trabalhista.

A economista e técnica da subseção Dieese CNQ/Fetquim, Rosângela Vieira, apresentou alguns aspectos do cenário econômico e de como as outras categorias com data-base no segundo semestre estão encaminhando suas reivindicações diante dos ataques da Reforma Trabalhista.

Rosângela pontuou que, apesar das avaliações otimistas feitas divulgadas na grande mídia, não há indicadores que realmente mostram que estamos próximo ao fim da recessão, e o grande número de desempregados, que é bem elevado no setor industrial, pode servir como indicador de que estamos distantes de uma recuperação. Destacou ainda a ausência de uma política industrial no País e que ele caminha para uma primarização econômica.

Ramo Químico

O ramo químico também está sendo afetado pela situação econômica e a alta rotatividade, em especial no setor plástico, faz com que a renda do trabalhador permaneça baixa mesmo com reajustes salariais acima da inflação.

Em relação a movimentação do emprego entre os meses de janeiro a julho de 2017, todos os setores do Ramo Químico obtiveram saldo positivo, exceto os setores de Petróleo, Tintas e Vernizes e Vidro.

As campanhas salariais do ramo neste primeiro semestre não obtiveram ganhos reais, mas nenhum fechou com perdas salariais, ou seja, sem repor no mínimo a inflação do período. No Setor Farmacêutico de São Paulo e Farmacêutico da Bahia as negociações fecharam com ganho real.

Greve como instrumento de defesa de direitos

Durante sua apresentação, Rosângela mostrou como a greve tem sido um instrumento mais de defesa de direitos do que avanços de conquistas, como era até pouco tempo atrás. Em 2016, mais de 80% das greves tinham um caráter defensivo, em 2011 esse percentual era cerca de 60%.

Campanha Salarial Unificada

Outro fato a ser registrada é que as campanhas deste segundo semestre acontecem num cenário limitado pelos orçamentos enxutos das entidades sindicais, um motivo a mais para se articularam de forma conjunta e unir forças.

As campanhas salariais do ramo químico da CUT neste segundo semestre:

Agosto: Produtos de limpeza PE

Setembro: Petroleiros nível nacional

Outubro: Papeleiros SP, Petroquímico Duque de Caxias e Petroquímicos RS

Novembro: Químicos BA e PE; Plásticos BA; Químicos, Petroquímicos e Plásticos SP, e Sabão e velas PE

Dezembro: Vidreiros – SP e Mineração (VALE)

 

Minuto de silêncio pelas vítimas dos acidentes ocorridos no Pará e Bahia

Antes da retomada das discussões na manhã da sexta, 25, a presidenta da CNQ pediu que os presentes fizessem um minuto de silêncio em homenagem e memória das vítimas do acidente com uma lancha, que afundou na quinta-feira, 24, na baía de Todos os Santos, próximo a Salvador. Das 124 pessoas a bordo, ao menos 18 morreram. O acidente ocorre um dia depois de outro naufrágio, este no Pará, com 21 mortos. “Em sua maioria trabalhadores e trabalhadoras indo para a labuta”, pontuou Lucineide.