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Polícia militar de Brasília ataca trabalhadores e governo golpista convoca o exército

24 de Maio de 2017

Brasil

Temer declara guerra ao povo que está defendendo nossos direitos em Brasília

Mais de cem mil pessoas marchavam pacificamente em Brasília pedindo a renúncia de Temer, eleições diretas e dando um sonoro não às reformas da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. O que encontraram? Um governo e Congresso dispostos a sentar e negociar? Não, encontraram soldados armados, e dispostos a atacar trabalhadores que lutam por seus direitos.

De acordo com reportagem dos Jornalistas Livres, há dezenas de feridos. Um deles, pelo menos, foi atingido por uma bala e está no hospital. Bombas de gás e de efeito moral estão sendo disparadas incessantemente contra trabalhadoras, trabalhadores e jovens desarmados. Um cenário típico dos tempos de ditadura militar.

Para a CUT, um governo de golpistas não responderia diferente a uma manifestação pacífica de trabalhadores. A polícia militar de Brasília transformou nesta quarta-feira (24) as imediações do Congresso Nacional em um verdadeiro campo de guerra.

Após provocação de um grupo de mascados que nenhuma das organizações soube identificar – infiltrados? –, os policiais militares partiram para cima da marcha estimada em mais de 150 mil pessoas.

A polícia também expulsou as pessoas do gramado diante do Congresso e ao menos três manifestantes foram presos, levados para o DPE (Departamento de Polícia Especializada) e liberados. Uma prévia do que parecem desejar os golpistas que buscam sustentar o ilegítimo Michel Temer (PMDB), conforme apontou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

“Isso faz lembrar os piores tempos da ditadura militar. Mal a marcha chegou ao parlamento e já começou a ser reprimida com bombas em mulheres, crianças e trabalhadores que estão aqui só para defender seu direito de trabalhar livremente, tem seu direito trabalhista garantido, o acesso à Previdência. Mas se acham que vão nos intimidar, não vão. Vamos reconquistar a democracia neste país”, disse.

Temer chama o exército contra o povo

Via decreto, Temer convocou as Forças Armadas. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou a convocação de tropas federais para, segundo ele, "garantir a lei e a ordem". O governo evacuou os ministérios.

As cenas de repressão em Brasília são dignas da ditadura. A violência contra manifestantes que, dentro de seus direitos constitucionais, reivindicam direito de voto e demonstram seu descontentamento com as propostas que destroem direitos trabalhistas e sociais, é característica de governos antidemocráticos e autoritários.

Temer mostra a que veio: destruir os direitos do povo brasileiro, seja por meio da violência seja por meio da corrupção ou por reformas que só servem ao interesse dos empresários e financistas.

“Agora nas ruas de Brasília a única forma que o povo encontrou de impedir a sua destruição foi a coragem revolucionário frente a covardia das armas”, ressalta reportagem dos Jornalistas Livres.

Com informações da CUT, Jornalistas Livres e Mídia Ninja

Foto: Thiago Macambira / Jornalistas Livres