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Escrito por: Paulo de Souza Bezerra

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Há método no caos

01 de Novembro de 2019

Bolsonaro sabia há 20 dias da citação do nome dele no depoimento do porteiro, quem contou foi Witzel. Uma semana depois, com o MP/RJ já tendo feito a consulta ao STF, ele se reuniu com ministros do STF.
 
As reuniões com Toffolli e Alexandre Moraes e depois com Gilmar Mendes, estavam inicialmente fora do registro da agenda oficial, só entrou depois de divulgado o encontro pela imprensa. Provavelmente trataram desse assunto.
 
Bolsonaro teve 20 dias para preparar a sua defesa. Na segunda, soltou o vídeo das hienas. Sabia que haveria reação. Ele esperava essa reação para criar o clima de vitimização. De que é perseguido. Ele sabia que era questão de tempo para vazar o depoimento do porteiro.
 
Com um governo completamente aparelhado por seu grupo político, tendo inclusive a ABIN à disposição, não é de duvidar que soubesse que a Globo preparava a matéria e se antecipou. A matéria da Globo, com as inconsistências, foi o que precisava para se vitimizar.
 
Desde a eleição, vejo muitos analistas e militantes dizendo que Bolsonaro e família são loucos e que o establishment logo, logo vai derrubá-lo. Acredito ser um erro essa avaliação. Existe método no modo caótico de atuar de Bolsonaro.
 
O método é diferente do que a política tradicional praticou nos últimos 30 anos, a esquerda incluída. Analisar a conjuntura com os mesmos parâmetros é um erro. Como acreditar que, depois do JN, Bolsonaro cairia. Não vai cair. Ele está forte. Mais forte hoje do que há 24h atrás.