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Escrito por: Sérgio Novais l CNQ

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Industri-All: uma federação sindical global, um passo importante para os/as trabalhadores/as

28 de Junho de 2012

      Se o capitalismo se globaliza, se os mercados se globalizam, se as empresas se globalizam, está na hora de globalizar a resistência e o...

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Se o capitalismo se globaliza, se os mercados se globalizam, se as empresas se globalizam, está na hora de globalizar a resistência e o movimento sindical. Entre os dias 18 e 20 de junho, trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro deram um importante passo nessa direção: se reuniram em Copenhague, na Dinamarca, para a fundação do Industri-All Global Union, a maior federação sindical do planeta, representando 50 milhões de afiliados em 109 países.

Para tanto, 1047 delegados (234 mulheres), de 354 sindicatos, se reuniram e pensaram juntos novas estratégias de luta, tendo como norte a solidariedade internacional, a luta por outro modelo de globalização e por um sistema econômico e social que coloque as pessoas em primeiro plano, com democracia e justiça social.

A Industri-All é fruto da fusão dos sindicatos de três federações diferentes: a FITIM (metalúrgicos), a ICEM (químicos) e a ITGLWF (indústria têxtil) e surge após mais de 4 anos de discussões de estatutos, composição, direção e estruturas no que diz respeito a uma organização desta escala.

A CUT esteve presente com sua delegação, assim como representantes da CNQ e do Ramo Químico, que conseguiram proveitosas alianças com outros representantes da américa latina, que certamente terão grande efeito prático e político. Desde já, conseguimos reivindicar nosso espaço dentro da entidade, como cargos dentro do Comitê Executivo Mundial e Comitê de Finanças, que gerirá os gastos da entidade, aprovará orçamentos e definirá suas as prioridades financeiras de acordo com as demandas políticas.

 
industriallcut Desde já a entidade lutará para aumentar a organização sindical e o incremento da filiação de trabalhadores e trabalhadoras, assim como pelo direito sindical, contra o trabalho precário. Também busca-se fortalecer a força do trabalho frente ao capital para promover políticas globais de sustentabilidade e garantir a igualdade de direitos e de participação da mulher, além de reforçar a luta por condições mais seguras de trabalho.

Para nós, há muitos anos no movimento dos trabalhadores, é uma grande alegria ver concretizado esse esforço, em escala mundial. Com a aproximação de sucessivas crises, os governos e patrões muitas vezes colocam os prejuízos na conta do trabalhador, que precisa, cada vez mais, de ferramentas unificadas de resistência e luta.

Esperamos que esse seja um passo na decisivo na luta por um mundo mais justo, com direitos humanos e trabalhistas sendo respeitados, com trabalho decente e desenvolvimento sustentável. A frase de Marx, no fechamento do “Manifesto Comunista”, parece mais atual que nunca: “Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!”. 

 

Sérgio Novais é Secretário de Finanças da CNQ, ex-Presidente para a América Latina da ICEM e membro do comitê de finanças do Industri-all