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1º de Maio: solenidade marca 50 anos de história do Sindiquímica-BA

08 de Maio de 2013

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50 anos sindiquim

   

 

 

 

 

 

Meio século de luta: em nome da CNQ-CUT, a Coordenadora Lucineide Varjão destaca a importância do Sindiquímica-BA na conjuntura nacional.

 

 

 

 

Na sua reinaugurada sede, o Sindicato dos Químicos da Bahia realizou, no 1° de maio, um ato político em comemoração do Dia Internacional do Trabalhador e 50 anos de história. O evento contou com a presença do Secretário da Casa Civil, Rui Costa; da Secretária de Desenvolvimento e Combate à Pobreza, Moema Gramacho – que foram ex-diretores do Sindiquímica - e outros ex-dirigentes e atuais diretores sindicais; parlamentares; anistiados e militantes.

Os presentes relataram os principais acontecimentos que transformaram o Sindiquímica numa categoria de referência nacional e até internacional. “A história do Sindiquímica se confunde com a própria história do Brasil”, diz o Chefe da Casa Civil do Estado, Ruy Costa em seu pronunciamento. Esse ex-dirigente do Sindiquímica lembrou de seu início na vida profissional e até da militância na luta sindical, já em seus 18 anos de idade. Ruy Costa fez uma homenagem aos companheiros que participaram de reuniões, que tentaram negociar com o patronato, que fizeram mobilizações nas portas de fábricas, que paralisaram um dos maiores Polos Petroquímicos do Mundo (em Camaçari) e até foram violentados física e moralmente pelas forças armadas no estado de ditadura militar em que o Brasil e a Bahia viveram.

Hoje, a disputa por melhores condições de trabalho e de vida continua. Os atores desse confronto estão presentes no sindicato, nas fábricas e nos espaços de representação política. O diretor da Central Única dos Trabalhadores/Bahia (CUT-BA), Cedro Silva, lembrou dos 30 anos de atuação desta entidade no cenário local e nacional. O dirigente ressaltou a necessidade de articulação dos sindicatos com os movimentos sociais. Para isso, Cedro Silva citou exemplos de sindicalistas que atualmente permanecem lutando pelos trabalhadores e pela sociedade em outros lugares, como o ex-presidente Lula e o atual Governador do Estado Jaques Wagner, entre outros companheiros. O diretor da CUT-BA descreveu o trabalho do Sindiquímica como de vanguarda no movimento sindical da Bahia e do Brasil. “Iniciamos aqui no Sindiquímica os debates que hoje travamos por garantias e direitos fundamentais ao trabalhador e ao cidadão”, destaca.

E é deste princípio que uma das maiores centrais sindicais do mundo e a maior do Brasil, a CUT, tem estendido a política de inclusão de pessoas interessadas em reivindicar melhorias de vida. Para o Secretário Nacional de Juventude da CUT e diretor do Sindiquímica-BA, Alfredo Santos, a proposta é ampliar uma rede com outros sindicatos para que jovens participem das decisões tomadas nestas entidades e possam agir coletivamente por uma sociedade mais democrática. “Estamos falando de um projeto que não é só de trabalho e empresa, e sim de sociedade”, defende.

E é por isso que a recente nomeada Secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), Moema Gramacho, logo reconhece: “desde a juventude, com pouco mais de 20 anos, adquiri toda a minha garra, a minha força e os meus conhecimentos das causas trabalhistas e sociais aqui, no Sindiquímica”. Ainda jovem, a então diretora do Sindiquímica também participou da ocupação do Polo Petroquímico por 14 dias na greve de 1985. Sempre atenta às questões que envolviam saúde e trabalho, a sindicalista iniciou uma campanha que se tornou referência internacional e contribuiu para a criação de uma legislação específica no país no ano de 1995, que foi a “Operação Caça Benzeno”.

Na ocasião, Moema fez uma homenagem aos colegas que conheceu em seus primeiros passos de trabalho, na antiga Tibras, presentes no evento. Esta mesma mulher foi eleita duas vezes prefeita de Lauro de Freitas e por três mandatos deputada estadual. Ao mencionar a “Escola Sindiquímica”, ela admite: “valeu a pena”. Mesmo com a resistência de muitas fábricas e sindicatos, Moema diz que nunca baixou a cabeça e logo anunciou: “tem mulher no sindicato”.

Aliás, esse também é o lema da atual Secretária de Gênero do Sindiquímica, Lucíola Conceição, que em seu discurso reforçou a necessidade do reconhecimento da mulher nos espaços gerais da sociedade e no ambiente de trabalho. “A classe trabalhadora é formada de homens e mulheres. A cada dia, estamos ocupando um lugar que é nosso, de mulheres, também. Os homens precisam e devem se engajar nessa causa”, diz ela.

 A própria mesa de apresentação já contava com a diversidade de pautas que o Sindiquímica sempre levantou como bandeira. A primeira mulher a ocupar uma posição central, como a Coordenadora Geral da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ/CUT), Lucineide Varjão, destacou o trabalho que o Sindiquímica vem desenvolvendo ao longo dos anos, não só nas fábricas, mas até fora dos sindicatos. A CNQ-CUT realizou no mês passado a plenária regional/Nordeste da entidade no Sindiquímica e, na ocasião, a coordenadora já descrevia a importância do Sindiquímica em frear os abusos de empresas multinacionais com a mão de obra local. No evento de 50 anos do Sindiquímica, ela adverte sobre a necessidade do trabalho colaborativo entre as entidades. “É relevante a um sindicato reconhecer seus parceiros”, reforça.

A articulação institucional faz parte da formação de um sindicato. Desde a sua criação em 1963, como a antiga Associação dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica (Aspetro), o Sindiquímica desempenhou um papel pró-ativo e intermediário para que outras instituições pudessem somar esforços nas batalhas contra o patronato. Foi assim na integração para constituir o Sindicato de Químicos e Petroleiros que, por dez anos, se uniram para representar os trabalhadores destes ramos da cadeia industrial.

O maior sindicato das regiões Norte e Nordeste do Brasil se dividiu, conforme as especialidades de demandas dos trabalhadores e, desde 2012, se remodelaram como o Sindicato dos Químicos (Sindiquímica) e Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro). O Secretário de Previdência e Seguridade Social da FUP e Coordenador Geral do Sindipetro, Paulo César, retoma esse momento. “A unificação não pode ser descartada do processo histórico de nossas entidades. Registro que o período passado aqui no Sindiquímica foi importante para a minha formação sindical e política”, pontua.   

     Por fim, Reginaldo Feitas, um dos diretores do Sindiquímica - e que presidia a mesa da solenidade - fez os agradecimentos aos combatentes que contribuíram para elevar o Sindiquímica ao patamar de pioneiro em várias conquistas por um ambiente de trabalho e por um mundo mais justo. Hoje, esses fatos do passado justificam os atuais objetivos, missões e valores da luta sindical na Bahia e no Brasil.

 

 

 

Foto: Lucia Correia Lima/Sindiquímica-BA