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30 anos da CUT

27 de Fevereiro de 2013

Brasil

Lula abre o calendário de comemorações da Central               Com a presença de todos seus ex-presidentes, de prefeitos...

Lula abre o calendário de comemorações da Central


           

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Com a presença de todos seus ex-presidentes, de prefeitos, ex-ministros e de Lula, a Central Única dos Trabalhadores deu início à comemoração dos 30 anos em reunião da direção nacional na manhã desta quarta-feira (27), em São Paulo.
Um dos fundadores da maior entidade sindical da América Latina, Lula falou sobre o papel da CUT na redemocratização do Brasil, na ampliação de direitos, e citou a importância de a comunicação atuar de maneira articulada para vencer o bloqueio da mídia conservadora. “Não vivo reclamando do espaço que me dão, agora eu reclamo do que falta fazer para ter o espaço que quero, independente deles”, afirmou Lula, referindo-se aos veículos da velha mídia. Segundo ele, o movimento sindical produz muito, mas de maneira desarticulada. “Temos uma arma poderosa e totalmente desorganizada. Temos que mapear a quantidade de panfletos, jornais, revistas rádios e sites que já existem. Por que a gente não organiza o nosso espaço, porque não começa a organizar a nossa mídia, porque não tentamos organizar um pensamento mais coletivo, unitário? Temos condição de fazer isso e o movimento vai precisar. Não temos que pedir favor”, definiu.


Sem pedir licença

Lula lembrou que a criação da Central foi um ato de ousadia e desobediência e que o “radicalismo” não pode perder espaço. “Quando a CUT foi fundada, diziam que era muito radical, mas era necessário ser radical para se firmar. Porque as pessoas não convidavam a gente para a festa deles, precisávamos falar grosso para as pessoas deixarem subirmos um degrau. A CUT não pode perder radicalidade e isso não significa ser sempre do contra... A “peãozada” espera de vocês - seja numa escola, num banco, numa repartição pública - que conquistem para eles o que precisam e o que querem, não apenas o discurso”, lembrou.
Para ele, é necessário imaginar um país sem a Central para ter a noção de sua importância. “Não é pouca coisa, num Brasil com tão pouca experiência democrática, uma central completar 30 anos. Estamos vivendo o mais longo período democrático. Se pegarmos a Constituinte, são 25 anos. Fomos construindo a CUT com gestos e atitudes... Fomos fazendo as coisas sem pedir licença, arrancando pedacinho por pedacinho. Inclusive, aqueles que saíram da CUT por crítica teriam que avaliar se conseguiríamos o que conseguimos sem a CUT, não apenas a conquista material, um aumento de salário, horas a mais ou menos, mas o alto grau de concentração política que a Central conseguiu imprimir à classe trabalhadora.”
Referindo-se ao presidente da Central, Vagner Freitas, Lula comentou que acredita num mandato exitoso por conta da disposição do governo em atender as tratativas dos trabalhadores e porque, acredita, a economia brasileira e a massa salarial vai continuar crescendo, “apesar dos que torcem para dar errado". De olho no futuro, o ex-presidente afirmou que a entidade deve estar sempre preocupada em investir na inovação de pensamento, da pauta de reivindicação e, principalmente, não esquecer nunca de manter-se em seu lugar.  “A direção nacional tem que viajar esse país, que é muito desigual. Nós temos muitos "brasis". Façam reuniões que tiverem que fazer, a luta interna que tiverem de fazer. Mas, que sempre ao final vá para a rua. O lugar da CUT é nas ruas.”

 

Defasagem de lideranças e institucionalização das conquistas

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o momento é propício para que a classe trabalhadora amplie o espaço de atuação. “O capitalismo não se mostra capaz de resolver os problemas da humanidade. A crise econômica demonstrou isso e as grandes lideranças do mundo estão perdidas, incapazes de apresentar alternativas. Chegou o momento de ocuparmos o espaço de protagonistas na conjuntura mundial. Temos condições de apresentar propostas e ideias muito mais efetivas”, acredita.
Freitas ressaltou também que a Central deve manter-se autônoma, mas, sem jamais deixar de assumir posições. “A CUT é uma central independente, mas tem lado e é o do projeto que construiu um país com justiça social nos últimos 10 anos, tirando trabalhadores da miséria".
O Secretário-Geral, Sérgio Nobre, acrescentou que é preciso manter a relação com os partidos para que as conquistas sejam institucionalizadas. “Precisamos transformar em lei aquilo que conquistamos”, disse.


Homenagens

O primeiro coordenador da Conclat, Avelino Ganzer, o primeiro secretário de imprensa e divulgação, Gilmar Carneiro, a primeira mulher a coordenar um CONCUT, Mônica Valente, e a primeira mulher a ocupar uma secretária nacional, Rosiver Pavan, foram homenageados. O funcionário mais antigo da CUT, Gilmar Burgani, também recebeu uma placa como agradecimento aos trabalhadores que ajudaram a construir a história da Central. Por fim, todos os ex-presidentes – Jair Meneguelli, Vicentinho, Luiz Marinho, Kjeld Jakobsen, João Felício, Artur Henrique, e o atual, Vagner Freitas, também foram homenageados. O próximo palco das comemorações é, como pregou Lula, as ruas, no dia 6 de março numa grande marcha em Brasília.

 

Veja a galeria de fotos:

http://www.cnq.org.br/index.php?option=com_morfeoshow&task=view&gallery=7&Itemid=84


Assista o vídeo elaborado pela TVT, com os principais lances da abertura das comemorações:

http://www.cnq.org.br/index.php?option=com_jmultimedia&view=media&layout=default&id=9&Itemid=83