Voltar

Camponeses conquistam fazenda onde Margarida Alves foi assassinada

17 de Setembro de 2014

Mulheres

Trinta e um anos de luta foram necessários para que a Usina Tanques, no município de Alagoa Grande, na Paraíba, fosse desapropriada e destinada à...

margarida brasilia

Trinta e um anos de luta foram necessários para que a Usina Tanques, no município de Alagoa Grande, na Paraíba, fosse desapropriada e destinada à reforma agrária. Trata-se de uma das mais emblemáticas áreas para a reforma agrária no Brasil, já que foi nela que a líder camponesa Margarida Maria Alves, que se destacou na luta por melhores condições de trabalho para os trabalhadores, foi assassinada em 12 de agosto de 1983.

A desapropriação da Usina Tanques se tornou, desde a época de Margarida Maria Alves, uma das maiores bandeiras de luta dos que defendem a democratização de acesso à terra no Brasil.

O assentamento terá cerca de 860 hectares e capacidade para assentar 60 famílias camponesas, muitas delas, antigos posseiros que moram nas terras há muitos anos. A área tem potencial para produzir batata-doce, banana, mandioca e cana-de-açúcar. Será um polo de produção de alimentos e vai atender programas como o da merenda escolar. 

 

Foto-de-Margarida

Agosto de 1983: Margarida Alves é assassinada por sua atuação.

Como presidente do sindicato rural de Alagoa Grande, Paraíba, esteve à frente da entidade durante 12 anos denunciando usineiros e encabeçando mais de 600 ações trabalhistas

 

Nascida em agosto de 1933 no município de Alagoa Grande, interior da Paraíba, Margarida era filha de camponeses e começou a trabalhar ainda criança como agricultora. Ao se mudar do sítio dos pais para o centro da cidade, envolveu-se com as atividades do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande e teve grande atuação no movimento sindical rural da região. Ocupou muitos cargos de importância no sindicato, chegando à presidência em meados de 1973, cargo que ocupou até o dia de sua morte, em 12 de agosto de 1983.
Na época, Margarida lutava pelas demandas da região paraibana que habitava. Uma delas, e a que tirou sua vida, foi a luta contra usineiros latifundiários que exploravam e prejudicavam o desenvolvimento da agricultura familiar na região de Alagoa Grande e municípios vizinhos.  Os criminosos que a assassinaram brutalmente em sua própria casa eram ligados à Usina.
Após sua morte, Margarida foi justamente reconhecida como símbolo da luta das mulheres por espaços representativos no movimento sindical. Uma das formas de homenageá-la foi batizando a principal ação de massa das trabalhadoras rurais com seu nome. “A Marcha das Margaridas" cresce a cada ano.

 

Imprensa CNQ-CUT com informações do MST e Contag.

Foto - Marcha das Margaridas 2011: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.