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Centrais sindicais organizam greve contra fechamento da Petrobras no Sergipe

17 de Setembro de 2019

Petrobras

Lideranças sindicais se reúnem para debater medidas anunciadas pela Petrobras

As Centrais Sindicais em Sergipe estão se mobilizando e prometem realizar um grande ato público, com a possibilidade de uma greve geral ainda neste mês, contra a decisão do Governo Federal em fechar a sede da Petrobras em Aracaju, instalada na rua Acre. Na segunda-feira (16/09), as lideranças sindicais se reuniram na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e decidiram abrir um calendário de mobilizações para reagir à proposta da Petrobras em desativar as atividades em uma das principais unidades administrativas instalada na rua Acre, em Aracaju.
 
Segundo o sindicalista Bruno Dantas, diretor do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plástico nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro), o prazo limite da estatal é o dia 30 de março do próximo ano para fechar completamente a sede. Até o mês de janeiro, conforme o sindicalista, a pretensão da estatal é remanejar uma pequena parte dos funcionários concursados para o campo de Carmópolis, outros serão transferidos para os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo e demitir cerca de 600 terceirizados.
 
O sindicalista alerta que essa decisão da Petrobras, aliada a outras que já foram colocadas em prática, a exemplo da hibernação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), que trazem grandes impactos na economia sergipana. “Na rua Acre, são mais de um mil e duzentos empregos diretos ameaçados, sem falar nos empregos indiretos gerados naquela área, com movimentação da economia provocada pelos trabalhadores naquela área”, alerta Bruno Dantas.
 
Os sindicalistas pretendem elaborar um documento e vão buscar apoio dos deputados federais e senadores, que formam a bancada sergipana no Congresso Nacional, para buscar entendimentos com o Governo Federal para modificar a estratégia e adotar medidas que possam fortalecer a participação da Petrobras no Estado. Além de mobilizar os representantes da população no Poder Legislativo, os sindicalistas também vão buscar apoio do Governo Estadual para atuar contra essa medida que a Petrobras vem anunciado.
 
Segundo o sindicalista, a Petrobras alega que a estratégia é sanear a estatal, cortando despesas com aluguéis de imóveis. Mas a alternativa, segundo avalia Bruno Dantas, não afeta Sergipe porque a sede da Petrobras funciona em imóvel próprio bem valorizado.
 
Estratégia de negócios
 
Ao Portal Infonet, a assessoria de imprensa confirmou que a Petrobras “avalia oportunidades de redução de custos” em todos os procedimentos e atividades no país, medidas que inclui a desocupação de imóveis como forma de conter gastos com aluguéis. Mas garante que esses prazos revelados pelos sindicalistas, em relação à sede da rua Acre em Aracaju, não são confirmados pela Petrobras.
 
A assessoria ressalta que o procedimento acontece em todo território nacional. “Esse ano, por exemplo, já foi desocupado o Edisp, em São Paulo, contratadas novas instalações e realocadas algumas equipes, gerando uma economia anual de cerca de R$ 20 milhões para a companhia”, destaca a nota, enviada pela estatal. “Com o mesmo intuito, estão sendo desocupados o Edifício Ventura, no Centro do Rio de Janeiro, e o Edifício Novo Cavaleiros, em Macaé. Estão em andamento estudos sobre outras instalações, de forma a adequar a ocupação dos espaços à estratégia de negócio da Petrobras”, complementa a nota.
 
Ainda na nota, a Petrobras diz que a “mobilidade de pessoas entre prédios ou mesmo entre diferentes unidades ou áreas de atuação é natural nas empresas. Alguns processos podem ser centralizados; para outros, a solução pode ser utilizar espaços disponíveis em instalações próximas ou mesmo contratar novas instalações, mais otimizadas e menos onerosas, como ocorreu em São Paulo”.