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CNQ recebe a visita de estudantes e sindicalistas de Gana e Libéria

06 de Julho de 2012

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Na manhã da quinta-feira, 5 de julho de 2012, a CNQ recebeu a visita de dois estudantes que participam de um programa de estudos e intercâmbio...

cnqafricrredNa manhã da quinta-feira, 5 de julho de 2012, a CNQ recebeu a visita de dois estudantes que participam de um programa de estudos e intercâmbio sindical da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e da Universidade de Campinas. Kelvin Marvie, sindicalista petroleiro da Libéria, e Christine Asante, dirigente de sindicato de comerciários e industriários em Gana, estiveram juntos com Fábio Lins, secretário de Relações Internacionais da CUT, e Ana Paula Melli, da escola sindical da CUT para uma troca de experiências.


Após uma apresentação da estrutura da CNQ, da CUT e do Brasil, levada a frente por Fábio Lins, cada um teve a oportunidade de contar sobre a experiência no Brasil, que durará até setembro do ano quevem, e como funciona o movimento sindical de seus países, bem como algo das dinâmicas políticas locais.


Marvie contou sobre a Libéria, um país com 3,5 milhões de habitantes e que acaba de achar, há 4 anos atrás, uma grande reserva de petróleo, e fez paralelos com a situação no Brasil e com o pré-sal: "Infelizmente lá as multinacionais só querem saber de lucro e desrespeitam direitos da classe trabalhadora. Nosso país tem um salário mínimo muito baixo (menos de 2 dólares por dia) e o povo ainda sofre com a ganância de poucos", disse. Além disso, lembrou Marvie, o país também sofre com uma taxa de desemprego de 80% e um governo com "interesses egoístas".

 

Christine Asante contou aos presentes um pouco da experiência no mundo sindical de Gana, onde a terceirização também é um problema presente, especialmente no setor de serviços, um dos motores da economia local. "É muito difícil para nós, enquanto sindicato, darmos conta de atender as demandas dos nossos filiados e dos terceirizados. Não temos muito dinheiro e a contribuição é voluntária, então mesmo nos esforçando, ainda haveria muito por fazer no campo da formação sindical e profissional dos trabalhadores e trabalhadoras", disse Christine. A reduzida participação feminina reduzida nos espaços políticos também foi citado por Asante como um fator de preocupação.

 

A troca de experiências deixou claro como os dilemas enfrentados pelo movimento sindical africano, e em todo o mundo, são parecidos. "Foi um espaço muito rico. É necessário reforçar a cooperação e a solidariedade Sul-Sul. Vamos criar espaços de intercâmbio e troca com os países africano, que inclusive são sedes para muitas multinacionais que estão aqui", lembrou Fábio Lins.