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Conselho de Administração da Petrobras tem reunião inédita na próxima sexta (20) para debater acidentes nas refinarias

13 de Dezembro de 2013

Geral

 Acidente na Repar, no Paraná, revela descaso com a segurança dos trabalhadores   No próximo dia 20, o Conselho de Administração da Petrobras...

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 Acidente na Repar, no Paraná, revela descaso com a segurança dos trabalhadores

 

No próximo dia 20, o Conselho de Administração da Petrobras vai ouvir e debater os relatos sobre as causas que levaram aos acidentes nas refinarias de Manaus (REMAN) e do Paraná (REPAR). A reunião inédita será realizada no âmbito do Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, em atendimento à solicitação do representante dos trabalhadores no CA, José Maria Rangel. “Logo que fui informado sobre os acidentes, encaminhei solicitação para realização de reunião extraordinária do Comitê, com o claro objetivo de que todos os conselheiros tomem conhecimento das causas dessas graves ocorrências, que por pouco não se transformaram em tragédias”, explica o conselheiro eleito.

As últimas semanas foram marcadas por acidentes em quatro refinarias (Repar, Reman, Reduc e Regap), refletindo a insegurança crônica que se alastrou por todo o Sistema Petrobras, apesar dos constantes alertas e cobranças do movimento sindical por mudanças estruturais no SMS. No acidente da Reman, quatro trabalhadores foram gravemente feridos, sendo que dois seguem internados, mas sem risco de morte.

Na Repar, uma explosão na Unidade de Destilação interrompeu a produção da refinaria e, graças à atuação rápida dos trabalhadores, não se transformou em uma tragédia de grandes proporções. Os petroleiros aprovaram uma greve para pressionar os gestores a atenderem às reivindicações de segurança. No último dia 10, uma reunião na refinaria com a presença do coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, tornou a cobrar a recomposição imediata dos efetivos e o atendimento das reivindicações de SMS feitas há tempos pelo Sindipetro PR-SC.

 “Não nos convence separar a segurança da recomposição do efetivo. São intrinsecamente ligadas”, destacou o coordenador da FUP. Para ele, os acidentes já vinham sendo anunciados e previstos pelos trabalhadores. “Os dois sindicatos de petroleiros que mais relataram queixas sobre segurança à FUP foram os de Manaus e do Paraná e Santa Catarina. Não foi à toa que nessas bases aconteceram os recentes acidentes no Sistema Petrobrás”, ressaltou.

 

Insegurança na Petrobras: Procop faz novas vítimas na Rlam

No rastro dos acidentes que colocaram recentemente em risco os trabalhadores da Reman, Repar, Reduc e Regap,  mais uma ocorrência grave acende a luz vermelha para a política de insegurança no Sistema Petrobras. Nesta semana, dois acidentes seguidos atingiram os trabalhadores da Rlam (Bahia) que atuam na parada de manutenção da Unidade de Craqueamento Catalítico Fluído(U-6). Na quinta-feira, 12, um trabalhador da Mills sofreu queimadura de segundo grau nas pernas ao ser atingido por um jato de vapor, durante a perigosa "purga" da unidade.

Nesta sexta-feira, 13, mais dois trabalhadores foram atingidos por um incêndio de médias proporções na torre fracionadora (E-621) da U-6. Um caldeireiro da empresa Estrutural sofreu queimadura no rosto e deslocamento do omoplata, após ter caído de uma andaime com mais de dois metros de altura, onde realizava suas atividades. O acidente também vitimou um técnico de segurança que atuava na emergência.

Segundo o Sindipetro-BA, os acidentes são resultado de uma série de atropelos gerenciais para realizar a toque de caixa uma parada de manutenção em um prazo exíguo de apenas 20 dias, quando o necessário era no mínimo 60 dias. "Por conta da pressão sobre os trabalhadores para concluir a parada o mais rápido possível, o serviço no flange do raquetão da torre fracionadora foi feito às pressas, sem uma adequada análise dos riscos ali presentes", revela o diretor do sindicato, Deyvid Bacellar.

A insegurança nas refinarias se agravou ainda mais com o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) e o Mobiliza, que evidenciam a cada dia os efeitos perversos da política de redução de investimentos em manutenção de equipamentos e contratação de trabalhadores. As refinarias são cada vez mais atingidas pela insegurança crônica que se alastrou por todo o Sistema Petrobras, apesar dos constantes alertas e cobranças do movimento sindical por mudanças estruturais no SMS.

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Mobilização na Reman

Nesta sexta-feira, 13, os trabalhadores próprios e terceirizados da Reman realizaram uma grande manifestação pela manhã, na porta da unidade, em protesto contra a insegurança que já causou diversos acidentes na refinaria. O mais grave foi a explosão no dia primeiro de dezembro, que feriu gravemente três petroleiros, dois deles ainda internados. Cerca de 700 trabalhadores participaram da manifestação, que atrasou em três horas a entrada do turno e do administrativo. O ato contou com a participação de diversos sindicatos e organizações sociais, além de parlamentares do PT, que cobraram a retomada urgente de investimentos na Reman, com prioridade para a segurança.

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Fotos: Acervo Sindipetro PR-SC e Acervo FUP.