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Delegação de sindicalistas turcos do Ramo Químico visita CNQ e FETQUIM; Confira entrevista

01 de Junho de 2012

Internacional

5 companheiros do sindicato Petrol-is, que representa os trabalhadores petroleiros, borracheiros e químicos da Turquia, estiveram nesta quinta-feira...

kaplan5 companheiros do sindicato Petrol-is, que representa os trabalhadores petroleiros, borracheiros e químicos da Turquia, estiveram nesta quinta-feira, 31/5, na sede da CNQ, em São Paulo, para uma atividade de intercâmbio sindical e cultural com a direção da entidade e da FETQUIM.

A visita faz parte de um programa de intercâmbio e acordo de cooperação internacional firmado pelo Sindicato dos Químicos do ABC com o Petrol-Is em 2010, e que durará até 2017, prevendo inclusive, visitas de delegações brasileiras à Turquia.

A delegação turca participou de seminários sobre a história do Brasil e a ditadura militar, além de conhecer de perto e por dentro as estruturas do sindicalismo nacional. Também foram apresentados à indústria química brasileira e visitaram a AkzoNobel e a BASF, além de diversas entidades e meios de comunicação populares.

A CNQ entrevistou Erhan Kaplan, Secretário de Educação do Petrol-Is, para saber mais detalhes da visita e das impressões dos visitantes sobre o nosso país e nossa luta. Confira:

CNQ: Às vespéras da sua volta à Turquia, quais foram suas impressões da visita ao Brasil?
Erhan Kaplan: Foi uma visita muito produtiva para mim e para o grupo, e acima de tudo, muito amistosa. Colheremos, sem dúvida, uma forte cooperação entre os sindicatos brasileiros e os turcos, especialmente no que concerne ao ramo químico. Foi muito importante conhecer a história de luta dos sindicatos pois constatamos muitas semelhanças entre os desafios que são enfrentados pela classe trabalhadora aqui e lá. A Turquia, apesar de estar no Hemisfério Norte, é um país de alma e condição do Hemisfério Sul e assim nos vemos, no aspecto positivo, o que potencializa essa troca: não queremos ensinar, queremos aprender. E se no processo ensinarmos alguma coisa sobre nós, tanto melhor.

CNQ: Nesses tempos em que vivemos, qual a importância da solidariedade internacional?
Erhan Kaplan: É de suma importância. Por exemplo, conhecemos aqui algumas fábricas da AkzoNobel, Colgate e BASF, empresas que também possuem filiais na Turquia. Conhecendo a realidade daqui, e da organização sindical daqui, e agindo conjutamente, podemos avançar na conquista de direitos. Se o capital se globaliza, a aliança entre os trabalhadores também precisa se internacionalizar.

Já conheciamos, da América Latina, algo de Che, Lula e Salvador Allende e Gabriel Garcia Marqués. Também sabíamos das ditaduras e dos generais. Mas conseguimos aprender ainda mais e notamos que também temos nossos Allendes e Lulas e, infelizmente, nossos Pinochets. É importante saber, em escala global, quem são nossos amigos e inimigos. Também, como secretário de formação, pude me aprofundar um pouco na obra de Paulo Freire, que já conhecia e me ajudava muito no processo de pensar uma educação popular na Turquia, mas sem dúvida foi renovador conhecer a realidade que o inspirou.

CNQ:  E quais sua expectativas para o futuro?
Erhan Kaplan: O Convênio vai até 2017, mas tenho certeza que a cooperação durará por muitos e muitos anos mais e que engatemos nesse projeto muitos outros. Minha esperança é de que tenhamos aberto uma estrada que servirá de caminho para uma crescente cooperação global entre os movimentos sociais e sindicais.