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Encontro de petroleiras do Sul reafirma luta por igualdade

29 de Novembro de 2012

Mulheres

Petroleiras de várias regiões do país, mas principalmente do Sul, estiveram em Curitiba no dia 24 de novembro. O motivo era a participação no 1º...

Petroleiras de várias regiões do país, mas principalmente do Sul, estiveram em Curitiba no dia 24 de novembro. O motivo era a participação no 1º Encontro Sul de Mulheres Petroleiras, realizada no auditório da Sede do Sindipetro Paraná e Santa Catarina. O evento reuniu 37 trabalhadoras e debateu desde a conjuntura da mulher no mercado de trabalho, passando pelos problemas enfrentados cotidianamente, como a violência e discriminação, até a situação da mulher petroleira, inclusive das terceirizadas.

O evento iniciou com uma mística coordenada por Darli Sampaio, pesquisadora do CEPAT (Centro de Pesquisa de Apoio aos Trabalhadores), que utilizou balões roxos para ilustrar a necessidade de fôlego para o debate de gênero, chamando as mulheres para a luta social.
O primeiro painel tratou da “Construção Social do Gênero Masculino e Feminino”, ministrado pela economista e especialista em relações de trabalho Marilane Oliveira Teixeira. Ela tratou de elementos que ajudam a compreender as origens das desigualdades no mundo do trabalho e também nos espaços de pode e participação política. “A sociedade capitalista exacerbou a divisão social do trabalho, ou seja, dos papéis que são atribuídos aos homens e mulheres. Antes desse sistema já existia essa divisão, mas não era hierarquizado. O que a mulher fazia não era menos importante. O capitalismo aprofundou a ideia de que o mercado de trabalho é voltado aos homens e o espaço da família e das atividades doméstica é das mulheres.”, analisou.

Para a economista, tudo o que tem valor monetário é muito mais valorizado do que o espaço do trabalho doméstico. “O espaço privado, onde se dão os afazeres domésticos, é menos valorizado que o espaço público, do trabalho, que exige força e frieza, é voltado aos homens. Há que se romper com essa lógica de que o espaço de produção econômica é mais importante que o da reprodução social, da família e do trabalho doméstico. No centro dessa ideia está a sustentabilidade da vida humana”, defendeu.

Logo após o almoço houve o segundo painel: “Avanços e Desafios da Mulher Trabalhadora”, cujo propósito foi abordar a realidade da mulher petroleira e do ramo químico. Assuntos como paridade nas entidades, cotas e desafios da mulher no sindicalismo foram debatidos por Regina Cruz, presidente da CUT-PR; Rosemeire Theodoro, secretária de gênero da CNQ; e Marbe Cristina Nogueiro, coordenadora do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleira. As convenções 156 e 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) foram citadas como fundamentais para a organização das mulheres na sociedade. A Convenção 156 estabelece a elaboração de políticas públicas que garantam a igualdade efetiva de oportunidades e de tratamento de trabalhadores e trabalhadoras, no que se refere ao direito ao trabalho, sem qualquer discriminação advinda de suas responsabilidades familiares. Já a 189 normatiza as condições de trabalho dos trabalhadores domésticos de todo o mundo, com o objetivo de melhorá-las, equiparando seus direitos aos dos demais trabalhadores.

O evento terminou com o debate e elaboração de propostas para o Encontro Nacional de Mulheres e também com a aprovação da Carta de Proposições do 1º Encontro Sul. As principais reivindicações apontadas foram as melhorias dos benefícios que facilitem a responsabilidade compartilhada de forma igualitária entre homens e mulheres, a rígida punição nas esferas empresarias de atos de assédio moral, a igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres e entre trabalhadores(as) terceirizados(as) e próprios(as), a necessidade de mulheres ocuparem espaços de poder, além de mudança nas culturas sociais que aumentam as diferenças entre homens e mulheres.