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Entidades e especialistas articulam ações para aprovação do PL que bane o amianto no Brasil

07 de Maio de 2012

Brasil

Apesar de leis estaduais vetando uso, produção ainda se respalda em lei federal para utilização do minério, que faz vítimas milhares de...

Apesar de leis estaduais vetando uso, produção ainda se respalda em lei federal para utilização do minério, que faz vítimas milhares de trabalhadores/as

 

Há décadas trabalhadores são vítimas do amianto no Brasil. O país é um dos maiores na produção, consumo e exportação da fibra mineral, utilizada principalmente na fabricação de produtos industriais como telhas, caixas d'água, pastilhas e lonas para freios, entre outros.

 

Desde o início da década de 1990 parlamentares, organizações não governamentais, movimento sindical e vítimas se manifestam a favor do banimento do amianto no Brasil, uma vez que o contato constante com o minério causa câncer, asbestose (doença conhecida como pulmão de pedra), doenças pleurais e derrames. Segundo a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), o minério já matou milhares de trabalhadores.

 

Para discutir os próximos passos da luta pela proibição do comércio e fabricação da fibra no Brasil, o Sindicato sediou nesta sexta-feira 4 o Seminário Nacional – Doenças e Mortes no Trabalho pelo Banimento do Amianto no Brasil e no Mundo, promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).

O evento contou com a participação do deputado estadual Marcos Martins (PT), autor da Lei 12.684/2007, que proíbe o amianto em São Paulo, e também do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), autor do Projeto de Lei do Senado 371, de 2011, que proíbe a extração, importação, transporte, armazenamento e industrialização do amianto e dos minérios e rochas que contenham silicatos hidratados. O PL do senador também proíbe o comércio e importação de produtos que utilizam o amianto como matéria-prima.

 

O que muda com o PL 371 – Apesar de o amianto ser proibido em quatro estados brasileiros - São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco -, o Supremo Tribunal Federal (STF) considera as leis estaduais inconstitucionais por entender ser competência privativa da União legislar sobre jazidas, recursos naturais e minas. No Brasil, o uso do amianto ou asbesto é regulamentado pelas leis 9.055 e 9.976.

 

Caso o PL do Senado seja aprovado, fica mais difícil alegar inconstitucionalidade. “Desde o meu primeiro mandado comecei a participar desta batalha e comecei a tomar algumas iniciativas para que o governo brasileiro passe a agir pelo banimento do amianto”, disse Eduardo Suplicy. O objetivo do senador é estabelecer prazos específicos para cada produção ou comercialização, de forma que “a indústria, o comércio e a utilização de produtos de amianto não sofram um impacto econômico insuportável”. O Projeto de Lei está desde o dia 12 de abril na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde aguarda designação do relator.

Fonte: www.cut.org.br