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Entrega do pré-sal para empresas internacionais é um crime, denunciam dirigentes

27 de Outubro de 2017

Petrobras

A AGU (Advocacia Geral da União) e o governo golpista conseguiram derrubar, nesta sexta-feira (27), a liminar do Juiz Federal de Manaus, Ricardo Sales, que suspendeu o leilão de dois lotes do pré-sal na noite desta quinta-feira (27). No despacho, o juiz afirmou que há risco de prejuízo ao patrimônio público pelo lance inicial, considerado baixo.

Para José Maria, presidente nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros), a liminar de ontem (27) demonstrou que nem todo o Judiciário está omisso ao futuro do país, mas lamentou a entrega ‘completa’ do patrimônio nacional.

“Conseguimos furar o bloqueio que a imprensa vem fazendo sobre esse leilão, porém é triste ver o Brasil doando o petróleo a um centavo a grandes empresas internacionais. Nossa soberania está indo para o ralo”, falou.

"A entrega do Pré-Sal, patrimônio do povo brasileiro, para grupos internacionais a um centavo o litro, é mais um crime do governo ilegítimo de Temer contra o Brasil e contra os brasileiros", afirmou o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, que lamentou profundamente a derrubada da liminar do juiz do Amazonas.

O valor pretendido com a venda pelo governo de R$ 7,75 bilhões representa pouco mais da metade do bônus de licitação do campo de Libra (entregue na primeira rodada de licitações), denuncia a FUP.  O valor de Libra foi de R$ 15 bilhões e não há, segundo o juiz que pedia a suspensão do leilão, “justificativa plausível para que os valores sejam tão baixos e tão lesivos ao patrimônio público”.

"É um acinte e isso só acontece porque estamos vivendo um período tenebroso de desrespeito ao Estado de direito. Ao invés de ser investigado e punido por seus crimes de corrupção, o ilegítimo continua livre para vender as nossas riquezas naturais a preço de banana, prejudicando a classe trabalhadora e os mais pobres que seriam os mais beneficiados com melhorias na saúde e na educação com milhões de reais dos royalties", completou Vagner.

O petroleiro e secretário nacional de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, também criticou a cobertura da imprensa que a imprensa faz sobre o leilão. Segundo ele, a entrega do pré- sal é um crime que a sociedade jamais perdoará.

“É lastimável que um tema tão importante para o povo seja tratado de forma distorcida, com informações apenas sobre o bônus que as multinacionais pagarão. Por que não fazem matérias dizendo quanto a sociedade brasileira vai perder em renúncia fiscal? Estamos falando em perdas de mais de 1 trilhão de reais! ”, afirma Roni.

Participariam do leilão 15 empresas estrangeiras do petróleo, entre elas, três gigantes estadunidenses: Chevron, Exxon Mobil e British Petroleum que, juntas, faturaram cerca de R$ 5,4 bilhões no segundo trimestre deste ano.

Fonte: CUT