Farmacêuticos SP: negociações começam nesta quarta-feira(26)
24 de Março de 2014
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Crescimento da indústria sinaliza ganhos nos salários No próximo dia 26 de março será realizada a primeira das duas rodadas de negociações da...
Crescimento da indústria sinaliza ganhos nos salários
No próximo dia 26 de março será realizada a primeira das duas rodadas de negociações da Campanha salarial 2014 agendadas pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no estado de São Paulo (Fetquim) com o sindicato patronal da indústria farmacêutica (Sindusfarma). A segunda negociação está marcada para o dia 28, sexta-feira.
Mobilizados desde a entrega da pauta, ocorrida em 27/02, os trabalhadores e trabalhadoras reivindicam reajuste salarial de 12%, PLR de R$ 3.620,00, piso de R$ 1.800,00 e licença-maternidade de 180 dias.
Com data-base em 1º de abril, a Campanha Salarial dos trabalhadores(as) do setor farmacêutico em São Paulo começou com boas notícias. A indústria farmacêutica no Brasil responde por 16,3% dos 162,3 bilhões de Dólares que a indústria química como um todo faturou no País em 2013 e seus resultados foram muito positivos em 2013. Segundo dados do SINDUSFARMA (sindicato patronal), o volume de vendas cresceu 8,7% no ano passado, somando 2,8 bilhões de unidades comercializadas, e o faturamento líquido das empresas cresceu 12,3% em relação a 2012, atingindo 55,7 bilhões de Reais. O mercado de medicamentos genéricos teve desempenho ainda melhor, com expansão de 23%nas vendas e de 16% na quantidade de unidades comercializadas.
Boa parte desse lucro já foi enviada para o exterior, pois os grandes laboratórios no Brasil são transnacionais. Em 2013 estas corporações remeteram 471 milhões de Dólares às matrizes, considerando lucros, dividendos e pagamento de empréstimos.
Um dado preocupante é o crescimento da importação de medicamentos já industrializados, o que significa menos emprego que poderia ter sido gerado no setor se os mesmos medicamentos fossem produzidos no Brasil. Apesar das exportações de produtos farmacêuticos terem alcançado 1,5 bilhão de Dólares, isso não impediu o déficit de 5,8 bilhões de Dólares em 2013, uma vez que as importações superaram os 7,3 bilhões de Dólares no ano. Os principais países dos quais o Brasil importa produtos farmacêuticos são Alemanha, EUA, Suíça e França, que juntos respondem por 55% do total importado em 2013.
Ganhos reais
“A inflação estimada para a data-base da categoria é de 5,5%, bem abaixo dos 7,22% registrados em 2013, o que abre espaço para ganhos reais nos salários e no piso, bem como avanços na PLR mínima, no acesso a medicamentos e na ampliação da licença-maternidade para 180 dias, principais pontos da pauta de reivindicações aprovada e já entregue ao sindicato patronal, pontua o economista do Dieese, Thomaz Jensen
O Estado de São Paulo concentra 35% das empresas farmacêuticas instaladas no Brasil. No Estado, estão 52.316 trabalhadores do setor, que representam pouco mais da metade do total de trabalhadores em indústrias farmacêuticas no Brasil.