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Sindicatos comemoram vitória contra reforma trabalhista e convocam greve geral

21 de Junho de 2017

Brasil

Greve do dia 30 tem de ser mais forte do que foi a do dia 28 de abril para enterrar as reformas

Debaixo de muita chuva, cerca de 500 pessoas cantaram e dançaram, ao som da banda "Mistura Popular", e acompanharam o ato político que reuniu a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil (CTB), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e diversos movimentos de habitação.

Para Jandira Uehara, secretária nacional de políticas sociais da CUT, as ruas são o principal campo de disputa para os movimentos populares e sindicais: "Debaixo dessa chuva, essa militância aguerrida, depois de um dia de trabalho nas bases, alertando, denunciando o golpe contra a classe trabalhadora, conseguimos fazer o ‘esquenta’ para a greve geral do dia 30. Porque só com o movimento sindical na rua é que vamos derrotar o governo e essas reformas", ressaltou.

Durante o dia de hoje, as centrais realizaram uma panfletagem pelo centro da cidade com o objetivo de informar os trabalhadores a respeito das perdas de direitos que ocorrerão se as reformas de Temer forem aprovadas pelo Congresso.

Oposição vence no Senado

O fato de, nesta terça, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ter rejeitado, por 10 votos 9, o parecer do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a respeito do projeto de lei sobre a legislação trabalhista (PLC 38) foi muito comentado e comemorado pelos líderes que discursaram no evento.

Sobre a questão, Jandira ressalta: "Tivemos uma vitória importante no senado, graças aos movimentos populares e sindicais. É uma pequena vitória, mas serve para demonstrar que mesmo lá no campo do Temer, nós conseguimos bons resultados. Isso é fruto da luta das ruas, dessa luta que vem desde o ano passado, contra o golpe e neste ano contra o Temer".

Tonhão, do Movimento Unidos pela Habitação (MUHAB), tem visão semelhante: "Hoje tivemos uma pequena vitória e ela é fruto da nossa mobilização. E é essa luta que vai conseguir barrar a reforma trabalhista, que acaba com os direitos da CLT, e a Previdenciária, que acaba com a nossa aposentadoria", pontuou.

A próxima greve geral está sendo articulada e deve ocorrer no próximo dia 30. Caso a votação das reformas seja adiantada pelo Congresso, os movimentos e centrais sindicais devem antecipar também a realização da paralisação nacional.

Edição: Vanessa Martina Silva, foto: Norma Odara - Brasil de Fato