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Massacre de Carajás completa 19 anos

17 de Abril de 2015

Brasil

Foram 21 integrantes do MST assassinados a sangue frio pela polícia paraense

Neste 17 de abril, completam-se 19 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. Foram 21 integrantes do MST assassinados a sangue frio, após a polícia paraense tentar impedir uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras.

Neste dia de luto e luta, a cada 21 minutos o MST prestará uma pequena homenagem a todos aqueles que tombaram na luta por um país mais justo. “Em tempos como o que vivemos, as tragédias devem ser memória viva de um passado ainda presente”, alerta nota do Movimento.

Nesse episódio de Carajás também está a origem do termo Abril Vermelho. Como lembrança do episódio e da vida dos que morreram na luta, o movimento passou a intensificar suas atividades a cada abril.

Neste ano, a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária do MST se soma ao conjunto das mobilizações da classe trabalhadora em defesa dos direitos conquistados. Foram feitas ações como marchas, ocupações de terra e prédios públicos e trancamento de rodovias em estados como Alagoas, São Paulo, Paraíba e Mato Grosso.

"As bandeiras levantadas pelo Movimento dialogam diretamente com as necessidades de mudanças para o avanço da Reforma Agrária, como por exemplo, a Reforma Política. Temos clareza que frente a um congresso extremamente conservador e reacionário, que não representa o povo brasileiro, somente com uma reforma política que impulsione a mudança de sua forma e conteúdo é possível avançarmos, também, na realização da Reforma Agrária", pontua Débora Nunes, da coordenação nacional do MST,  “é necessário pressionar o  governo para garantir o cumprimento do seu papel na garantia da função social da terra”.

O Massacre

No dia 17 de abril de 1996, 1,5 mil trabalhadores sem-terra estavam no sétimo dia de uma caminhada com destino a Belém, capital do Pará.  A Polícia Militar foi enviada para conter os manifestantes que obstruíam a rodovia BR 155 em defesa da reforma agrária. 19 trabalhadores rurais foram mortos. Até hoje, ninguém foi efetivamente responsabilizado pela ação.

O protesto era contra a demora na desapropriação de uma área que eles ocupavam na Fazenda Macaxeira, em Curionópolis. Os trabalhadores rurais seguiriam de Curionópolis até a capital pela Rodovia Estadual PA-150 (hoje Rodovia Federal BR-155), que liga Belém ao sul do estado.

Com informações e imagem do facebook e website do MST