Voltar

Metalúrgicos, químicos e trabalhadores no setor vestuário formam sindicato mundial

18 de Junho de 2012

Ramo Químico

No início desta semana, três das maiores federações internacionais de trabalhadores na indústria vão se unificar, criando a IndustriALL Global...

No início desta semana, três das maiores federações internacionais de trabalhadores na indústria vão se unificar, criando a IndustriALL Global Union. A entidade representará aproximadamente 50 milhões de trabalhadores nos setores metalúrgico, químico e de vestuário. A ratificação ocorrerá durante congresso em Copenhague (Dinamarca), que começa hoje (18) e termina quarta-feira (20). Serão 1.300 delegados de 150 países, entre os quais o Brasil, representado por sindicalistas da CUT e da Força Sindical.

 

Para o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Valter Sanches, a unificação internacional é um reflexo da configuração econômica – e pode representar, também, uma resposta ao poder das multinacionais. “Os setores industrias têm muita interligação. As cadeias produtivas são interrelacionadas”, observa. Uma possibilidade a ser discutida no futuro, acrescenta Sanches, é a participação do setor da construção e do mobiliário na nova entidade. Por enquanto, o IndustriALL Global Union reunirá Fitim (federação mundial dos metalúrgicos), Icem (setor químico) e FITTVC (vestuário).

 

No mês passado, a mesma fusão foi anunciada formalmente entre as federações das três categorias no continente europeu. Reunidos em Bruxelas (Bélgica), 550 delegados e convidados participaram da criação do IndustriALL Europa, com 7 milhões de trabalhadores na base. “A influência do sindicato não se deverá apenas à força do número de membros, mas a nossa clara determinação de ser um ator poderoso, decidido e eficaz na cena política europeia”, afirmou o presidente da entidade, Michael Vassiliadis.

 

Nessa reconfiguração do sindicalismo internacional, Sanches detecta uma possível tentativa de reduzir a participação da América Latina. “A nossa intervenção, dos sindicatos da CUT, é no sentido de que a organização realmente priorize a atuação em países onde o trabalho precário é mais grave”, afirma.

 

Segundo o dirigente, a unificação de entidades por setor ainda não é uma discussão prioritária no Brasil, onde os sindicatos já atuam juntos quando necessário. “Não está na ordem do dia.” 

 

A CNQ participa do congresso com Sérgio Novais, também dirigente da ICEM, Lucineide Dantas, Secretária de Política Sindical e Fábio Lins, da Secretaria de Relações Internacionais.