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Moradores de Congonhas (MG) temem rompimento da barragem Casa de Pedra

30 de Janeiro de 2019

Minérios

A barragem Casa de Pedra é uma das maiores do mundo em área urbana, com 50 milhões de metros cúbicos de rejeito.

Na noite desta terça-feira (29), ameaçados pela barragem Casa de Pedra, em Congonhas, fizeram uma assembleia no bairro Residencial Gualter Monteiro, para cobrar das autoridades locais e da empresa Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), privatizada no governo Collor, proteção a comunidade.A principal exigência da comunidade é a imediata drenagem da barragem e o fim de seu uso.
 
Apesar do risco iminente de rompimento, ainda são depositados rejeitos, segundo denuncia a população. A barragem é maior do que a Mina de Córrego do Feijão, que rompeu no dia 25 de janeiro, em Brumadinho. Os moradores irão encaminhar à direção da empresa algumas reivindicações para proteger toda a comunidade. Caso a CSN decida por não ouvir o clamor das famílias, a comunidade irá exigir que sejam ouvidos, na porta da empresa.
 
A barragem é considerada uma das maiores do mundo em área urbana, com 50 milhões de metros cúbicos de rejeito e é classificada como Classe 6, a mais alta em categoria de risco.O bairro Residencial Gualter Monteiro, que aglomera cinco mil pessoas, fica abaixo da barragem e pode ficar, em oito segundos, submerso em um mar de lama, caso aconteça o rompimento da barragem de Casa de Pedra. Segundo a defesa civil, os rejeitos também se deslocariam por toda cidade, com 54mil habitantes, além de atingir comunidades próximas.Durante a assembleia, a população permaneceu agitada, pelo grave risco de rompimento da barragem.
 
Muitos alegaram não dormir por medo da tragédia que se anuncia. O representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Antônio Claret, esteve no local e alertou a população para que se organizem.“O MAB, que existe no Brasil todo, ajuda o povo a se organizar. Precisamos ter uma visão concreta do que precisamos fazer neste momento”, disse Claret, acalmando os moradores.