Voltar

Parceiro dos Químicos do ABC, Sindicato dos Químicos da Turquia repudia golpe no Brasil

15 de Setembro de 2016

Internacional

Desde 2010 o Sindicato dos Químicos do ABC desenvolve um projeto de cooperação internacional “sul-sul” (países em desenvolvimento) com o Sindicato dos Químicos, Petroquímicos, Petroleiros, Farmacêuticos e Borracheiros da Turquia, o Petrol-Is.

Em julho deste ano, a Turquia sofreu uma tentativa de golpe por parte de um grupo de militares, que tentaram tomar de assalto um governo legitimamente eleito - não importa se progressista ou conservador.

Agora, os parceiros turcos tomaram conhecimento do golpe à democracia dado no Brasil e enviaram ao Sindicato dos Químicos do ABC a nota abaixo, prestando sua solidariedade.

É interessante destacar que Brasil e Turquia são dois países em desenvolvimento que se tornaram protagonistas na geopolítica global na última década sob a liderança dos governos de Lula e de Erdogan, atual presidente turco. Grandes e poderosos interesses econômicos e políticos se sentiram ameaçados pela chegada desses dois novos atores ao cenário global.

Leia a nota recebida pelo Sindicato:

Condenamos o Golpe contra a Democracia no Brasil e apoiamos Dilma Rousseff

 

O Sindicato dos Químicos do ABC, do Brasil, e o Sindicato dos Químicos, Petroleiros, Farmacêuticos e Borracheiros – Petrol-Is, da Turquia, tem desenvolvido boas relações para o bem-estar dos trabalhadores de ambos os países, por longo tempo.

Enquanto a solidariedade entre os trabalhadores de ambos os países tem se fortalecido, estes dois países vivem em tempos difíceis, recentemente. Os trabalhadores de ambos os países têm experimentado golpes em meses recentes. A Turquia viveu um golpe militar em 15 de Julio de 2016 liderado pelo grupo radical religioso chamado “Gulenistas”, apoiado pelos Estados Unidos da América (EUA) e a Organização para o Tratado do Atlântico Norte (OTAN), enquanto que o Brasil tem vivido um golpe parlamentarista liderado por forças conservadoras que são inimigas da democracia e da classe trabalhadora de seu país.

A legitima Presidenta Dilma Rousseff foi reeleita por 54 milhões de pessoas em 2014. Remove-la do poder constitui um golpe parlamentarista que viola e ignora o desejo soberano do povo. O Senado brasileiro, infelizmente, consolidou o golpe e cometeu um crime em 31 de agosto de 2016 ao remover a Presidenta Dilma Rousseff sem apresentação de provas evidentes de que ela houvesse cometido alguma irregularidade.

Empresas transnacionais e seus apoiadores, países imperialistas, atacam os avanços sociais do povo do Brasil. Essas forças globais lideradas pelos EUA, algumas vezes se utilizam de “meios democráticos” para eliminar governos legitimamente eleitos, como no Brasil, e, outras vezes, se utilizam de golpes militares como agora na Turquia.

Nós achamos que os golpistas não podem eliminar as conquistas dos trabalhadores brasileiros. Eles não podem impor suas políticas inspiradas no neoliberalismo. Nós exigimos que o Senado decline de todas acusações contra Dilma Rousseff e deixe o povo brasileiro decidir o futuro dela. 

Nós, energicamente condenamos o golpe no Brasil. Nossos corações e nossos sentimentos estão com as pessoas pobres do Brasil. Petrol-Is é solidário com os trabalhadores químicos do Brasil. 

Em nome do Comitê Executivo de Petrol-Is, Ali Ufuk Yasar, Presidente