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Rede de Trabalhadores na Weg realiza quarto encontro nacional

05 de Setembro de 2014

Redes

Foi realizado nos dias 2 e 3 de setembro o quarto encontro nacional da Rede Sindical de Trabalhadores na Weg, que é uma das 11 redes apoiadas pelo...

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Foi realizado nos dias 2 e 3 de setembro o quarto encontro nacional da Rede Sindical de Trabalhadores na Weg, que é uma das 11 redes apoiadas pelo projeto Promoção dos Direitos Trabalhistas na América Latina, financiado pelo instituto de formação DGB-BW e gerido por CUT, CNM/CUT, CNQ/CUT e Instituto Observatório Social, e foi a primeira do projeto a reunir químicos e metalúrgicos. Participaram deste encontro 30 dirigentes sindicais, representantes de trabalhadores e de sindicatos da CUT e da Força Sindical.

A Weg possui atualmente 17 plantas no Brasil e outras 9 em países da Ásia, Europa, América do Sul e América do Norte. Entretanto, a empresa não possui Acordo Marco Global (AMG) que garanta igualdade de tratamento e de direitos de trabalhadores e trabalhadoras em todas as plantas no mundo.  “Mais do que assinar um AMG, é necessário transformar esse acordo em um instrumento poderoso na defesa dos direitos dos trabalhadores, comunicando seu conteúdo e monitorando a sua implementação”, ressaltou o assessor da CNM/CUT, Valter Bittencourt.

A assinatura de um AMG foi umas das demandas já no primeiro encontro da rede, realizado em outubro de 2009, em Jaraguá do Sul (SC). Participaram daquele encontro representantes das plantas de São Bernardo do Campo, Blumenau, Itajaí e Joinville, assim como o chefe de Recursos Humanos da empresa na época. Na ocasião, os representantes da rede entregaram ao chefe de RH uma proposta de AMG, com a intenção de iniciar o processo de elaboração, diálogo e assinatura do acordo. O documento, entretanto, permanece sem retorno por parte da multinacional.

Informação

A comunicação e a troca de informações estão entre os temas de trabalho da rede ao longo dos encontros. Por isso, durante o primeiro dia, os sindicalistas participaram de uma oficina de formação sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). O analista de TI do IOS Henrique Reis apresentou ferramentas para captura e disseminação de informações sobre a empresa, assim como canais que podem ser usados para potencializar a mobilização e a articulação de redes sindicais.

Entre as ferramentas apresentada e debatidas durante a capacitação estiveram redes sociais, como Facebook e Twitter, e aplicativos e programas para conferências e troca de informações, como Skype, ICQ, Telegram e Whatsapp. “Todas podem ser ferramentas usadas para articular e movimentar uma rede sindical”, ressaltou.
Também foi apresentado aos participantes o Conexão Sindical, uma plataforma desenvolvida e mantida pelo IOS desde 2003 como meio de informação, comunicação e mobilização de trabalhadores, comissões e redes ao redor do mundo. Atualmente, a plataforma reúne mais de 3 mil usuários e 15 mil notícias publicadas. “Você pode se comunicar com alguém que esteja há milhares de quilômetros, receber arquivos, trocar fotos, tudo em questão de segundos”, ponderou. “Precisamos usar isso a nosso favor. A favor do movimento sindical”, completou Reis.

Cenário político

Outro dos temas em pauta do encontro foi o atual cenário político brasileiro e as possibilidades a partir das eleições. Segundo o secretário de Organização da CNM/CUT, Ubirajara de Freitas, desde o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o cenário trabalhista e sindical tem sido reforçado. 

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que em 2008 foram realizadas 411 greves em todo o país. No ano seguinte, foram 518 paralisações e, em 2010, 446. A maioria das greves de 2009 e 2010 foi motivada por demandas de reajustes salariais. Em seguida, aparecem as reivindicações relacionadas a auxílio-alimentação e planos de carreira. “Hoje temos uma agenda mais positiva para os trabalhadores onde discutimos o número de empregos criados e sua qualidade”, disse Freitas.

Cenários e desafios

Os representantes de cada unidade da Weg também fizeram relatos sobre os principais problemas enfrentados nas plantas. Entre os tópicos de debate estiveram o andamento das negociações em 2014, valor de PLR, média salarial e benefícios. Os participantes ressaltam que, mesmo dentro de plantas no Brasil, é possível perceber as diferenças de benefícios e salários. Estes relatos estão sendo agregados em um único documento que servirá para uma pauta conjunta da Rede WEG.

Na próxima semana, entre os dias 8 e 10 de setembro, inicia-se o processo de internacionalização da rede. A primeira integração na América Latina será com trabalhadores e sindicatos da Argentina.

Por Instituto Observatório Social