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Seminário sobre Indústria termina com propostas de ação e de unidade

14 de Junho de 2018

Macrossetor

Lideranças apontam a necessidade de fusão das entidades para o enfrentamento do desmonte de direitos

Foram dois dias de debates intensos entre lideranças dos ramos que compõem o macrossetor indústria da CUT, com participação de acadêmicos e economistas, que resultaram em importantes propostas que buscam retomar o papel da indústria brasileira no desenvolvimento econômico do país, impulsionando a retomada do crescimento econômico com justiça social. Hoje, o cenário do setor industrial está marcado pela desindustrialização e desmonte das empresas estatais estratégicas e frente a um horizonte de profundas transformações tecnológicas impulsionadas pela chamada Indústria 4.0.

A última mesa do Seminário Desafios da indústria no Brasil e os Trabalhadores e Trabalhadoras, realizado no centro da capital paulista nos dias 13 e 14 de junho, reuniu as representações de cada ramo e do secretário-geral Valter Sanches, da federação internacional IndustriALL Global Union.

Sanches trouxe elementos para reflexão sobre os rumos da indústria citando alguns dos fatores que mais interferem na atual forma de organização dos trabalhadores: a crescente desigualdade social no mundo; o trabalho precário representado pela terceirização e informalidade; o comércio internacional, com Donald Trump arrebentando as estruturas contratuais vigentes; a mudança de matriz energética, banindo os combustíveis fósseis; e a Industria 4.0.

“O modelo de organização por ramo não dá respostas para essas situações. Se ficarmos presos nesse modelo, não vamos dar conta desses enormes desafios. O macrossetor tem que ser mais do que unidade na ação, precisa dar passos para a fusão das entidades. Os casos de sucesso pelo mundo, vem de sindicatos que abandonaram a ideia de ser sindicato do ramo”, pontuou Sanches. “Somos classe trabalhadora e onde houver um trabalhador sendo explorado temos que estar lá defendendo esse trabalhador, independente de que categoria”, completou.

Basta a gente querer

Para a presidenta da CNQ, Lucineidei Varjão, o seminário foi um marco nos debates sobre que indústria e que trabalho queremos e na indicação das unificações como passo decisivo para alcançar esses objetivos.  

“É importante discutir a indústria, mas com emprego de qualidade, com direitos garantidos. O primeiro dia do seminário foi um alicerce e neste segundo dia tivemos a complementação do que os ramos precisam implementar para enfrentar a nossa conjuntura difícil, em que a classe trabalhadora precisa trabalhar conjuntamente e esse processo perpassa pela discussão das unificações. Não tem alternativa. E o ramo químico tem um papel fundamental nessa discussão, porque nós temos experiência, nós temos organização e nós temos poder para fazer, basta a gente querer”,

A coordenadora do macrossetor Cida Trajano também destacou a importância das discussões do Seminário apontando para a unidade.

“Tivemos vários palestrantes de universidades, pessoas com grandes responsabilidades não só no Brasil mas fora também e a participação de todos os nossos ramos de atividade. E o mais importante do que as contribuições trazidas por essas pessoas é que todos, em comum, entendem a necessidade de nós sermos uma única entidade, de termos as mesmas ações, enfim uma unidade como representação da indústria”, afirmou.

Próximos passos

Todas as contribuições que resultaram dos debates do Seminário serão sintetizadas. A partir desse resultado, o macrossetor irá elaborar diretrizes e ações para que sejam implementadas para dentro das organizações e para fora, “dentro do prazo mais curto possível, porque o tempo urge, o desmonte dos direitos está aí e precisamos dar uma resposta aos trabalhadores”, finalizou Trajano.