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Caso Shell-BASF

06 de Março de 2013

Ramo Químico

Multinacionais terão de pagar milhões por contaminação Acordo determina indenização aos trabalhadores, pagamento de tratamento de saúde...

Multinacionais terão de pagar milhões por contaminação

Acordo determina indenização aos trabalhadores, pagamento de tratamento

de saúde vitalício e construção de uma maternidade.

 

Representantes do Sindicato dos Químicos Unificados, da Atesq (Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas), da Shell Brasil, da BASF S.A., e do Ministério Público de Campinas chegaram a um acordo na manhã de 5 de março no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília. Agora as propostas serão apreciadas por uma assembleia de ex-trabalhadores, em Campinas. As partes têm até o dia 11 de março para avaliar e dar o parecer definitivo, e até 21 de março para a apresentação do texto final do acordo. Não estão previstas novas audiências. Caso o acordo não seja aprovado, o caminho será o julgamento pelo TST.

 

Propostas do acordo:
• A Shell e a Basf pagarão, conjuntamente, R$ 200 milhões a título de danos coletivos. Destes, R$ 50 milhões serão destinados para a construção de uma maternidade em Paulínia. O restante será pago em cinco parcelas anuais no valor de R$ 30 milhões, sendo 50% de cada parcela destinados à Fundacentro e 50% ao Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) em Campinas. As parcelas começarão a ser pagas em janeiro de 2014.
• Pagamento ao conjunto dos trabalhadores de 70% do valor de R$ 360.000,00, atualizados com juros e correção monetária, a que as duas multinacionais foram condenadas na 2ª Vara do Trabalho em Paulínia, em agosto de 2008.
• A Shell e a Basf reconhecem o total de 1.068 trabalhadores atingidos, conforme cadastro realizado e apresentado pela Atesq e pelo Sindicato dos Químicos Unificados. Outros 76 ex-trabalhadores que entraram com ações judiciais individuais podem aderir a este acordo, caso desistam do processo que movem em nome próprio.
• Assistência médica vitalícia a estes 1.068 trabalhadores.

 

Uma história de desrespeito
O acordo deve beneficiar 1.068 ex-funcionários que sofreram contaminação pela exposição a metais pesados usados na produção de pesticidas numa fábrica de produtos químicos de Paulínia, no interior paulista (a 117 km de São Paulo). O problema começou na década de 1990. Os trabalhadores denunciam que 62 pessoas já morreram vítimas do contato com as substâncias tóxicas e cancerígenas utilizadas na empresa. Muitos foram contaminados por mercúrio, que causa danos irreversíveis à saúde.

 

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Fevereiro de 2013: ex-trabalhadores contaminados realizam manifestação em frente ao TST durante uma das inúmeras audiências de conciliação. Brasília.

 

 

 

 

 

 

 

 

Saiba mais sobre o caso: http://www.quimicosunificados.com.br/categoria/shell/

 

Shell - eleita a campeã mundial em crimes ambientais pelo voto popular:  

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Shell-a-mais-vergonhosa/