Voltar

Trabalhadores/as da multinacional St. Gobain dão ponta-pé inicial em fundação de rede sindical

23 de Julho de 2012

Redes

Entre os dias 19 e 20 de julho, na Colônia de Férias do Sindicato dos Vidreiros do Estado de São Paulo, os trabalhadores da multinacional...

stgobainencontro

Entre os dias 19 e 20 de julho, na Colônia de Férias do Sindicato dos Vidreiros do Estado de São Paulo, os trabalhadores da multinacional francesa St. Gobain 

se reuniram para debater a criação de uma Rede Nacional, em evento organizado pelo Sindicato dos Vidreiros de SP, CNQ e pela CUT. A empresa francesa congrega mais de 15 mil trabalhadores no Brasil, distribuídos em 82 fábricas.


O evento contou com a presença de companheiros sindicalistas franceses e de cerca de 30 trabalhadores da empresa no Brasil e dá sequência ao que foi proposto no II Encontro de Redes do Ramo Químico de 2011. Pretende-se que a Rede, uma vez estabelecida nacionalmente, rume para sua internacionalização, o que será aprofundado em um seminário sobre internacionalização de redes organizada pela FES em setembro deste ano.


A mesa de abertura foi composta por Sérgio Novais, da CNQ e da IndustriAll, José Francisco Narciso, da St. Gobain e dos Vidreiros de São Paulo, José Drummond, da CUT, Carlos Alberto Silva, dos Vidreiros de São Vicente, Rosemeire Theodoro, da CNQ e dos Vidreiros de São Paulo e André Bertholan, da Federação de Vidro e Cerâmica da França.


“Queremos aprender como funcionam as Redes de Trabalhadores e construir a nossa com força e unidade, para enfrentar em conjunto os desafios que a empresa nos impõe”, disse Carlos Alberto Silva.


Rosemeire Theodoro ressaltou a importância da continuidade do Encontro de Redes de 2011 e Sérgio Novais apresentou a nova federação mundial, a IndustriAll, e suas potencialidades no campo do fortalecimento de redes. Já Drummond, levantou a funcionalidade das redes para combater políticas autoritárias em escala global: Muitas vezes diálogo social e redes são vistos como coisa de pelego, mas é uma questão de saber lutar com as armas do inimigo e conquistar direitos para os trabalhadores”.


Na sequência, os trabalhadores se reuniram em grupos de trabalho para listar as dificuldades enfrentadas em cada unidade, assim como juntar dados sobre benefícios, salários e condições de trabalho em suas fábricas, com informações sobre lucros, terceirizações, gênero, raça, igualdade de oportunidades, PPR etc.


Na parte da tarde, Fábio Lins, da Secretaria de Relações Internacionais da CNQ, Alain Destrain, da CGT (central sindical francesa) e presidente do comitê-grupo para trabalhadores da St. Gobain, e José Drummond, da CUT, compuseram uma mesa sobre a crise internacional e as perspectivas dos trabalhadores. Para Lins, “É possível e necessário construir um movimento sindical combativo, que lute por mudanças reais na sociedade, se aliando com outras iniciativas globais”.


A fala de Destrain louvou bastante a iniciativa como forma de globalizar a resistência contra os desmandos das direções das empresas: “estou convencido que é necessário juntar todos os setores da St. Gobain para criar uma frente de ação e luta para defender os interesses dos trabalhadores, que muitas vezes estão contra os interesses dos acionistas do St. Gobain. E essa luta nós vamos vencer juntos”.


No segundo e último dia de encontro foi decidido que serão visitadas outras unidades para discutir a formação da rede, deixando o encontro com o caráter de ponta-pé inicial das discussões. Além disso, os trabalhadores delinearam um plano de ação para o próximo período, que terá como eixo sensibilizar a direção da empresa para reconhecer a futura rede e abrir negociação nacional permanente. Também será pensado como se organizará a rede após sua criação e como será a intervenção no seminário organizado pela FES, em setembro de 2012, sobre internacionalização de redes, visando fortalecer a solidariedade com a França e outros países.