12º CONCUT: luta contra o golpismo e conquista da paridade entre homens e mulheres
20 de Outubro de 2015
Brasil
O 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT) foi realizado de 13 a 16 de outubro, em São Paulo, sob o tema “Educação, Trabalho e Democracia – direito não se reduz se amplia”. Foi um congresso histórico que aprovou a paridade dos cargos entre homens e mulheres e reafirmou a defesa da Democracia e a ampliação de direitos e contou com a presidenta da República na abertura do evento.
Dilma, Lula e Mujica e a tentativa de golpe da oposição
Ao lado do ex-presidente Lula e do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, a presidenta Dilma denunciou a tentativa de golpe da oposição e a necessidade de unificar os esforços contra a intolerância, o ódio de classe e o golpismo. "Não é um processo apenas contra mim, mas contra um projeto que mudou este país, que possibilitou a primeira geração de crianças que não conheceu o flagelo da fome, que tiveram oportunidade de lutar. É contra o projeto que sempre priorizou a geração de empregos, o aumento real de salário; que criou nos últimos anos uma das maiores classes médias do mundo, que passou a consumir. É contra esse país que construímos juntos", afirmou a presidenta. "O golpe não é contra mim, mas contra aquilo que eu represento. O golpe é mais uma vez contra o povo, mas não vão conseguir", concluiu.
Ao lado de Mujica, Lula tratou ainda o papel de protagonismo que o Brasil possui para fazer com que a América do Sul tenha um papel de relevância no mundo.
“Nunca houve um acumulo de eleição de gente de esquerda e comprometida com os trabalhadores como nos últimos 15 anos na nossa querida América do Sul. Acho que é exatamente por isso que estamos vivendo esse momento de enfrentamento. Acho que o destino da América do Sul está definitivamente ligado à capacidade que o Brasil tem de juntar seus parceiros e construir uma política conjunta sul-americana.”
Pepe Mujica falou sobre a dificuldade de enfrentar uma burguesia débil e ignorante, mas reforçou que o antídoto para isso é a unidade, sem que isso signifique vender princípios em troca de governabilidade.
“É preciso unidade para governar, mas isso não significa hipotecar a pátria. Significa construir uma casa que nos proteja à todos. Eu sei, brasileiros, que vocês estão passando por um momento difícil. Mas eu aprendi algo durante a minha vida: a luta que se perde, é a que não se luta”, definiu.
O presidente da CUT, Vagner Freitas afirmou que a central concentrará esforços para unificar as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra a direita, mas também por mais direitos e contra o ajuste fiscal. "
No Congresso foi apresentado o relatório da Comissão da Verdade da CUT que revelou diversos crimes da ditadura Civil-Militar até então desconhecidos pela Comissão Nacional da Verdade.
Um importante momento do 12º CONCUT foi a aprovação das resoluções do 8º Encontro Nacional das Mulheres da CUT, destacando que ela será a primeira central sindical do mundo a ter paridade estatutária entre homens ou mulheres, ou seja, o número igual de homens e mulheres nos espaços de direção.
Também foi realizado o lançamento da Década Internacional dos Afrodescendentes, em que foi denunciado o racismo e o genocídio da juventude negra no Brasil, e pela primeira vez a Central aprovou uma posição sobre drogas: “A CUT defende que essa questão seja tratada como justiça, saúde e política públicas”.
Corrupção
Diante das graves denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e de seu envolvimento em um grande esquema de corrupção, a CUT defendeu o impedimento do seu cargo e a abertura de processo investigativo junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Durante o Congresso foi lançada a campanha “Moralistas Sem Moral”, que pretende denunciar os tradicionais e oportunistas corruptos e corruptores das instituições brasileiras.
Ao todo, foram 2154 delegados e delegadas, sendo 933 mulheres, representando 19 ramos, 26 estados e o Distrito Federal. Também teve a maior delegação internacional da história da CUT, que vieram de 72 diferentes países, reafirmando a solidariedade internacional da luta da classe trabalhadora.
“Com certeza, a Central sairá unificada de seu 12º Congresso, pronta para enfrentar o golpismo, os conservadores e qualquer ataque contra os direitos da classe trabalhadora”, comentou a presidenta da CNQ, Lucineide Varjão.
Veja a cobertura completa do 12 CONCUT no site da central: www.cut.org.br