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18 de abril: dia de mobilização

19 de Abril de 2013

Geral

“Vamos para o enfrentamento se não houver diálogo com o governo”, alerta presidente da CUT             Mais uma vez o recado foi...

“Vamos para o enfrentamento se não houver diálogo com o governo”,

alerta presidente da CUT

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Mais uma vez o recado foi dado. Da mesma forma que aconteceu em Brasília, no dia 6 de março, os trabalhadores foram às ruas em todo o Brasil na quinta-feira (18) para relembrar o governo federal e o Congresso Nacional sobre a pauta da classe trabalhadora ainda travada no Executivo e no Legislativo.
Em São Paulo, a manifestação ocorreu no centro de São Paulo e o presidente da CUT, Vagner Freitas, apontou novamente o descontentamento com a falta de diálogo.
“Desde que fomos até Brasília não aconteceu nada. Só receber pauta e não abrir negociação não resolve nada. Presidenta Dilma, vamos orientar os ministros a abrir negociação. Volto à pergunta: se pode ter desenvolvimento para vários setores da economia, porque não pode ter redução da jornada, reforma agrária, fim do fator previdenciário e 10% do PIB para a educação?”, questionou Freitas.

Como outros dirigentes presentes na mobilização, ele destacou a necessidade de barrar o substitutivo do deputado Roberto Santiago (PSD-SP) ao Projeto de Lei (PL) 4320/2004, de Sandro Mabel (PMDB-GO), que amplia a terceirização e torna a precarização das relações trabalhistas um grande negócio para o patrão.
“Em 2013, quando comemoramos os 70 anos da CLT, esse PL arrebenta com o direito de organização dos trabalhadores e vai transformar todos em pessoa jurídica ou prestador de serviço. Vamos nos reunir com a bancada de todos os partidos para deixar claro que denunciaremos e mostraremos a cara de cada parlamentar que votar a favor desse projeto, pedindo a cada trabalhador que não vote neles em 2014”, alertou.
Em sua intervenção, o dirigente criticou ainda a decisão do Banco Central em aumentar em 0,25% a Taxa Selic, decisão que favorece apenas os banqueiros, ressaltou.
“Ontem (17), o Copom (Comitê de Política Monetária) deu o péssimo sinal de que o Brasil continua sendo mandado por banqueiros e especuladores. Porque inflação não se controla aumentando juros, isso já foi feito e não deu certo. Inflação se controla com crescimento da economia e investimento no mercado interno".
Por fim, ele lembrou que, a partir de agora, os trabalhadores adotarão postura cada vez mais incisiva. “Vamos fazer o que sempre fizemos: se não dialogar, partiremos para o enfrentamento.”

 

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Vagner Freitas Freitas, Renato Zulato e Adi Lima (dirigentes da CUT) participam de passeata no Centro de São Paulo.

 

 

 

 

Cutistas de luta

Enquanto o presidente da CUT-SP, Adi Lima, lembrou dos prejuízos que as extensas jornadas causam à qualidade de vida do trabalhador e ressaltou a importância de o movimento sindical manter o diálogo com a população, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvândia Leite, defendeu que a classe trabalhadora não aceitará retrocesso em seus direitos.
Já o representante do funcionalismo municipal, categoria em campanha salarial, o secretário de Políticas Sociais da CUT-SP, João Batista Gomes, falou sobre a ratificação da convenção 151 da OIT, que trata da negociação com o funcionalismo.
“Não temos explicitado o direito à negociação coletiva, temos que ir à greve para, ao menos, sentar e negociar com o governo. A presidenta Dilma assinou decreto para começar a tramitar na Câmara a ratificação, porém, queremos ver avançar na prática”, comentou, lembrando, por fim, da paralisação da Apeoesp (Sindicato dos Professores de São Paulo) na sexta (19) para cobrar reajuste salarial.

 

Pauta da classe trabalhadora:

Redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário.

Fim do fator previdenciário.

10% do PIB para a educação.

Negociação coletiva no setor público.

Reforma agrária e política agrícola.

10% do orçamento da União para a saúde.

Combate à demissão imotivada.

Valorização das aposentadorias.

Salário igual para trabalho igual.

Mais investimento público.

Correção da tabela do Imposto de Renda.

Não ao PL da terceirização de Sandro Mabel.

 

 

 

 

 

 Fotos: Roberto Parizotti/CUT