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1º de dezembro: Dia Mundial de Combate à Aids

27 de Novembro de 2013

Geral

A data é um importante momento de reflexão e conscientização sobre a doença: a cada dia, 4 mil pessoas morrem em decorrência da aids, a maioria...

A data é um importante momento de reflexão e conscientização sobre a doença:

a cada dia, 4 mil pessoas morrem em decorrência da aids, a maioria na África

aids simb

A cada dia, morrem quatro mil pessoas em decorrência da aids no mundo, anunciou na última segunda-feira, 25 de novembro, a organização MSF (Médicos Sem Fronteiras) na apresentação de uma campanha para conscientizar da gravidade do problema, apesar do otimismo que as conquistas na luta contra a doença provocaram nos últimos anos.

"As mortes por aids são pouco comuns nos países ricos, mas todos os dias morrem por essa doença quatro mil pessoas, a maioria nos países em vias de desenvolvimento", afirmou o diretor da MSF na África do Sul e Lesoto, Gilles Van Cutsem.

"A luta contra o vírus de imunodeficiência humana (HIV) e a aids foi aclamada como uma das maiores conquistas da história da humanidade em projetos de saúde pública, mas a MSF vê que essa revolução está incompleta para os milhões de pessoas que não têm acesso a tratamento", indicou a organização.

Para que autoridades e opinião pública não se esqueçam de que ainda existem pessoas se contaminando e morrendo em consequência da aids, a MSF lançou em seu site uma série de vídeos intitulada "O Que Nós Vemos", que mostra casos de falta de tratamento ou controle, transmissão de mães para filhos e preconceito. Na África Ocidental e Central, só 34% dos infectados recebem tratamento, a taxa de cobertura mais baixa do continente (acesse o site aqui).

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Aids está entre principais causas de doenças

incapacitantes na América Latina

O comportamento da contaminação da aids está mudando no mundo, exigindo mais atenção e investimentos em países que há alguns anos registravam baixos índices e passaram a apresentar níveis epidêmicos. A informação faz parte do estudo O Peso do HIV: Percepções a partir do Estudo Global sobre o Peso de Doenças 2010, do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME, sigla em inglês), da Universidade de Washington.

Apesar da queda global generalizada nas taxas de mortalidade pela doença, entre 2006 e 2010, as mortes em decorrência da aids aumentaram em 98 países. O estudo mostra que a contaminação pelo vírus cresceu principalmente em nações que não tinham sido afetadas pela epidemia em décadas anteriores. O HIV é a principal causa do surgimento de doença em 21 países, concentrados em quatro regiões: África Oriental e Austral, África Central, Caribe e Sudeste Asiático.

De acordo com a pesquisa, em quatro dos 17 países da América Latina (Colômbia, Honduras, Panamá e Venezuela), a aids aparece como uma das dez principais causas de doenças incapacitantes e em outros sete países, está no ranking das 25 principais causas de enfermidades, como Bolívia, Brasil, Equador, Guatemala, Paraguai e Peru.

O estudo enfatiza que apesar dos progressos em políticas públicas no combate à mortalidade, a doença continua a ser uma das principais causas de perda de saúde, especialmente para pessoas com idades entre 25 e 45 anos.

A pesquisa considera como perda de saúde a relação entre os anos de vida perdidos por morte prematura e anos vividos com incapacidade por pessoas com o vírus da aids, o que permite comparações entre diferentes populações e condições de saúde.

Em 2010, 20% da perda de saúde devido ao HIV foram registrados em países onde o vírus não estava entre as dez principais causas de doenças. Em 2005, esse percentual era 15,5%. De acordo com o documento, a Venezuela está entre os países latino-americanos mais afetados pelo HIV. A doença foi responsável por 3,6% do surgimento de casos de outras enfermidades em 2010 no país.

“Houve uma redução no mundo da mortalidade por aids, que ainda é, no entanto, a principal responsável por doenças incapacitantes em 21 países – a maioria desses, africanos – mas também em locais como a Tailândia e diversos países do Caribe. Acredito que foi surpreendente ter tantos países afetados dessa forma pela aids na América Latina”, disse a pesquisadora do IHME e líder do estudo, Katrina Ortblad. “A principal mensagem do estudo é que o vírus HIV não desapareceu. Apesar de avanços, com esforços governamentais e mudança de comportamento da população, a aids é a quinta principal causa de doenças em todo o mundo, considerando tanto as mortes quanto os anos de incapacidade prematura”, acrescentou.

Apesar de ainda registrar taxas elevadas de contaminação, o Brasil e o México estão em uma tendência de queda acentuada, com redução da mortalidade em 45,3% e 69,2%, respectivamente, do ano de pico até 2010. De acordo com o instituto norte-americano, o Brasil atingiu o auge de contaminação em 1996, e o México em 1998.

“O Brasil tem feito grandes progressos no combate ao HIV, comparando com outros países latino-americanos a redução dos níveis de mortalidade é impressionante. Nós também comparamos os avanços do Brasil com os demais países do Brics, como China, Rússia e Índia”, destacou a pesquisadora.

A pesquisa faz parte de um projeto colaborativo de cerca de 500 pesquisadores de 50 países liderados pelo IHME, da Universidade de Washington. De acordo com o instituto, trata-se de um esforço científico sistemático para quantificar os níveis e as tendências de perda de saúde devido a doenças, ferimentos e fatores de risco.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de pessoas HIV-positivas no mundo é hoje de 33,2 milhões de infectados e diariamente surgem 7.500 novos casos.

 

Fonte: Agência Brasil e MSF (Médicos Sem Fronteiras). Foto: David Dallaqua/SXC.