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30 anos sem Margarida Maria Alves, símbolo da luta no campo

13 de Agosto de 2013

Mulheres

Após três décadas do assassinato da trabalhadora rural, culpados ainda não foram punidos           Agosto de 1983: Margarida Alves é...

Após três décadas do assassinato da trabalhadora rural,

culpados ainda não foram punidos

Foto-de-Margarida

 

 

 

 

 

Agosto de 1983: Margarida Alves é assassinada por sua atuação. Como presidente do sindicato rural de Alagoa Grande, Paraíba, esteve à frente da entidade durante 12 anos denunciando usineiros e encabeçando mais de 600 ações trabalhistas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nascida em agosto de 1933, no município de Alagoa Grande, interior da Paraíba, Margarida era filha de camponeses e começou a trabalhar ainda criança como agricultora. Ao se mudar do sítio dos pais para o centro da cidade, envolveu-se com as atividades do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande e teve grande atuação no movimento sindical rural da região. Ocupou muitos cargos de importância no sindicato, chegando à presidência em meados de 1973, cargo que ocupou até o dia de sua morte, em 12 de agosto de 1983.
Na época, Margarida lutava pelas demandas da região paraibana que habitava. Uma delas, e a que tirou sua vida, foi a luta contra usineiros latifundiários que exploravam e prejudicavam o desenvolvimento da agricultura familiar na região de Alagoa Grande e municípios vizinhos.  Os criminosos que a assassinaram brutalmente em sua própria casa eram ligados à Usina.
Após sua morte, Margarida foi justamente reconhecida como símbolo da luta diária das mulheres por espaços representativos no movimento sindical. Uma das formas de homenageá-la foi batizando a principal ação de massa das trabalhadoras rurais com seu nome. “A Marcha das Margaridas é uma das demonstrações do legado de Margarida Alves, que cresce a cada dia, porque ela é uma mulher que mostra a sua força, a sua capacidade de lutar, de intervir”, explica a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas. “Margarida tinha a força de uma mulher líder que esteve sempre à frente para debater, defender o povo, para lutar pela terra, pelos direitos das assalariadas rurais”, completa.

Impunidade

Passados 30 anos do assassinato, os culpados ainda não foram punidos. O fantasma da impunidade ronda as histórias de mortes de trabalhadores e trabalhadoras por todo o mundo, e, no caso de Margarida Maria Alves, infelizmente a história se repete.  Neste ano, a Jornada das Margaridas - extensão da Marcha das Margaridas, onde anualmente a pauta é revisitada e as negociações com o governo prosseguem - coloca em suas demandas o resgate do caso de Margarida pela justiça e seu julgamento justo, onde os mandantes, executores e envolvidos possam ser condenados.

margarida brasilia

A Jornada das Margaridas 2013 começa no dia 17 de agosto

e segue até o dia 21, em Brasília.

Na foto, um momento da Marcha das Margaridas 2011.

 

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil