Voltar

Ameaça a empregos: Químicos do ABC protestam por acordo sobre nafta

03 de Novembro de 2015

Ramo Químico

Ausência de acordo ameaça toda a cadeia produtiva que tem a nafta como matéria-prima principal

O Sindicato dos Químicos do ABC realizou nesta sexta-feira, 30, manifestação diante da sede da Petrobras em São Paulo, na avenida Paulista, para cobrar uma definição sobre o contrato de fornecimento de nafta às empresas petroquímicas. Apenas na região do ABC, alerta o Sindicato, a ausência de acordo coloca em risco 11 mil empregos só no ABC, número que pode subir para 20 mil considerando toda a cadeia produtiva que tem a nafta como matéria-prima principal. A negociação envolve as unidades de Capuava, no ABC, de Camaçari, na Bahia, e de Triunfo, no Rio Grande do Sul.

O acordo em vigor encerraria no dia seguinte à manifestação (31) e até o momento da realização do protesto não havia notícias de renovação, o que deixou a categoria química do ABC apreensiva. Mas, no início da noite do dia 30, a Petrobras informou que a diretoria executiva aprovara novos aditivos, com duração de 45 dias, a partir deste domingo, dia 1º.

“Se for necessário, faremos novos protestos. Não estamos defendendo a Braskem e nem queremos saber se o preço será em reais, dólar ou euros, queremos a garantia de fornecimento da matéria-prima para que os nossos empregos sejam mantidos”, completou.

Raimundo lamenta a situação chegar aonde chegou. “Em reunião realizada em 29 de setembro, no Ministério de Minas e Energia, com sindicalistas da CUT e da Força Sindical e representantes das frentes parlamentares federal e estadual do setor químico a direção da Braskem demonstrou disposição de aceitar o preço estabelecido pela Petrobras. Para nossa surpresa, não vingou”, disse.

Histórico

Petrobras e Braskem fazem renovações periódicas do acordo de fornecimento de Nafta. Em 27 de fevereiro, as empresas assinaram um aditivo com duração de seis meses, com intermediação do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. No final de agosto houve nova prorrogação, até este sábado (31), mas não se conseguiu um acerto por prazo mais dilatado. Em fevereiro, o MME anunciava a formação de um grupo de trabalho com o objetivo de assegurar que as companhias atingissem "as bases para estruturar o suprimento continuado de matéria-prima".

Esse acerto, porém, não ocorreu até agora. Em nota, a Petrobras afirma que "seus órgãos competentes apreciarão as condições para a celebração de novos aditivos aos contratos de nafta com aBraskem, viabilizando a manutenção do fornecimento durante as negociações de um contrato de longo prazo". A estatal informou que mantém tratativas com a Braskem há mais de dois anos, "buscando uma solução equilibrada e comutativa para ambas as companhias". No início da noite do dia 30, a Petrobras informou que a diretoria executiva aprovou novos aditivos, com duração de 45 dias, a partir deste domingo, dia 1º.

Leia AQUI o manifesto do Sindicato dos Químicos do ABC distribuído na manifestação da av. Paulista.