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Após protesto, reunião com empresa não traz novidades sobre venda da Solvay Indupa

17 de Julho de 2013

Redes

Rede sindical oficializa solicitação de informações e alerta: negativa confronta diretrizes internacionais             Integrantes...

Rede sindical oficializa solicitação de informações e alerta:

negativa confronta diretrizes internacionais

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Integrantes da Rede sindical entregam

documento ao representante da empresa

 

 

 

 

 

 

Os trabalhadoresa/as da Solvay Indupa de Santo André realizaram um protesto de quase quatro horas na manhã desta quarta-feira, 17 de julho, para pressionar por informações e acabar com o clima de incerteza que se abateu sobre os trabalhadores de Santo André e de Bahía Blanca após o anúncio da venda das respectivas unidades de PVC. A decisão de realizar esse protesto partiu dos participantes do VIII Encontro da Rede dos trabalhadores/as no Grupo Solvay Mercosul, realizado nesta terça e quarta-feira, em São Bernardo, SP, e contou com a participação dos representantes do Sindicato dos Químicos e Petroquímicos de Bahía Blanca (Argentina), Sindicato dos Químicos do ABC e Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia.

Esse VIII Encontro acontece em um momento de incertezas sobre o futuro das unidades Solvay Indupa de Santo André (SP) e Bahía Blanca (Argentina), colocadas à venda pelo Grupo em fevereiro deste ano, que anunciou sua saída do segmento de PVC.

Carta de Solicitação

Após o ato, os representantes da Rede foram recebidos pelo diretor industrial da unidade, Mauro Furlanetto Lima, que afirmou não participar das negociações da venda e as poucas informações que tem são das visitas de compradores interessados, cujos nomes das empresas não podem ser divulgados devido a um compromisso de confidencialidade.

As entidades aproveitaram para oficializar, por meio de uma carta, um pedido de informação sobre o atual processo de venda dos ativos de Solvay Indupa. O documento propõe uma reunião em caráter de urgência e alerta que a negativa ao proposto confronta diretrizes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para as empresas transnacionais, além de outros mecanismos de responsabilidade social com os quais a Solvay Indupa está comprometida em nível corporativo global.

“Nosso objetivo hoje é defender os empregos, defender a permanência da unidade em Santo André e de Bahia Blanca,  e fortalecer a Rede como instrumento importante para as nossas lutas”, Afirmou Juvenil Nunes da Costa, secretário de administração e finanças do Sindicato dos Químicos do ABC e um dos coordenadores da Rede.

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Dia 17: acima, manifestação na porta da empresa reúne participantes do Encontro

 

Fotos: Dino Santos/Sindicato dos Químicos do ABC

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Dia 16 de julho: abertura do VIII Encontro da Rede Sindical no Grupo Solvay Mercosul.

 

Leia abaixo a íntegra da Carta entregue à Solvay:

São Bernardo do Campo, 17 de julho de 2013.

 

À Senhora Sueli Lima
Gerente de Recursos Humanos Solvay Indupa

 

Senhora Gerente,
Os sindicatos integrantes da Rede de Trabalhadores no grupo Solvay - Mercosul, reunidos em seu 8º Encontro Regional, em São Bernardo do Campo nos dias 16 e 17 de julho do corrente, resolveram reiterar à direção da empresa, a solicitação de informação adequada sobre o atual processo de venda dos ativos de Solvay Indupa, que possui, em nossos países, suas principais plantas de produção de PVC (suspensão e emulsão), além de cloro e soda cáustica.
Justifica a solicitação, o fato de a empresa não ter, até o momento, prestado qualquer informação relevante sobre o assunto aos representantes dos trabalhadores na empresa, o que gera incertezas sobre o futuro dos postos de trabalho, com impacto negativo sobre a saúde dos trabalhadores e de seus familiares, gerando ainda insegurança na comunidade do entorno da cadeia produtiva que se alastra pelo território, impactando inclusive as administrações públicas destes municípios, em particular no que diz respeito ao possível déficit do orçamento público, caso haja descontinuidade de produção das plantas da Solvay localizadas nestes municípios.
Piora a situação o fato de a empresa haver declinado de compromisso anterior, proposto pelos Sindicatos de trabalhadores, para disponibilização de informações sobre o assunto e o processo de reestruturação iniciado em 2012 a partir da compra dos negócios da Rhodia em todo o mundo, com reconhecido impacto na região. Este comportamento motivou, por parte dos trabalhadores, protestos e paralisações que expressaram a indignação e revolta com este tratamento socialmente irresponsável.
Por tal razão, propomos a realização de uma reunião em caráter de urgência em local e data a definir, com o objetivo de solucionar a ausência de informação e de consulta formal junto aos representantes dos trabalhadores sobre o impacto social e econômico da reestruturação em curso, e a consequente denegação do direito de negociação coletiva que compete aos sindicatos.
A negativa ao proposto confronta diretrizes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para as empresas transnacionais, além de outros mecanismos de responsabilidade social com os quais esta empresa está comprometida a nível corporativo global.
No aguardo do atendimento às solicitações e propostas contidas nesta, subscrevemo-nos.
Atenciosamente,

 

Sindicato del Personal de Industrias Químicas y Petroquímicas y Afines de Bahia Blanca – Argentina
Sindicato dos Químicos do ABC
Sindicato dos Químicos e Petroleiros do Estado da Bahia
Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo
Sindicato dos Químicos Unificados – Região Paulínia
Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo – FETQUIM/SP
Confederação Nacional do Ramo Químico da Central Única dos Trabalhadores – CNQ/CUT
IndustriALL Global Union