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Coletivo de Luta pela Água realiza BALDAÇO na capital paulista

21 de Março de 2015

Brasil

O Coletivo de Luta pela Água reuniu 2 mil pessoas em ato público e caminhada com "baldaço" pela Av. Paulista, na tarde da sexta (20), para denunciar os impactos e cobrar do governador Geraldo Alckmin (PSDB) medidas urgentes contra a pior crise de abastecimento enfrentada em São Paulo.

Com baldes na mão, apitos, faixas e cartazes sob a chuva que não deu trégua, os manifestantes seguiram até a Secretaria de Saneamento Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (SSRH), na Rua Bela Cintra, para entrega de um conjunto de propostas do Coletivo de Luta pela Água.

Os portões da SSRH ficaram fechados e, após a pressão dos manifestantes, uma comissão com seis representantes do Coletivo foi recebida pelo assessor jurídico da Secretaria, Vanildo Neubauer. A entrega das propostas foi feita no saguão, antes das catracas de acesso ao prédio, pois, segundo Neubauer, a portaria "é o espaço para receber todas as pessoas".

O assessor jurídico prometeu agendar, até 30 de março, uma reunião entre o Coletivo de Luta pela Água e o secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga. Caso o diálogo com o secretário não se concretize, o Coletivo promete voltar à porta da SSRH.

A ação foi iniciativa do Coletivo de Luta pela Água, criado em janeiro último, que agrega quase 90 entidades unindo técnicos e especialistas do setor, organizações dos movimentos sociais e sindical.

Propostas emergenciais - Para enfrentar a crise, o primeiro ponto destacado pelo Coletivo de Lute pela Água é que o governo Alckmin decrete Estado de Calamidade Pública nas Bacias do Alto Tietê e do Piracicaba, Capivari e Jundiaí. 

No documento, o Coletivo também defende medidas como requisitar poços artesianos para uso prioritário pela população; não aumentar a tarifa acima da inflação e cancelar os descontos concedidos aos grandes consumidores; criação de um programa estadual de cisternas e reservatórios coletivos para atender comunidades sem caixa d'água; elaboração de um Plano de Emergência construído com a participação dos movimentos populares.

A vantagem em decretar o Estado de Calamidade Pública é que o governo estadual pode adotar medidas que não são possíveis sem a decretação, explica Edson Aparecido da Silva, coordenador da Frente Nacional de Saneamento Ambiental.  "O governo estadual tem sido negligente, realizando obras sem licitação, sem estudo de impacto ambiental e não poderia fazer isso, salvo se tivesse sido decretado o Estado de Calamidade Pública". 

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Foto: Flaviana Serafim CUT-SP