Barão de Cocais vive perspectiva de desastre
24 de Maio de 2019
Minérios
Há a estimativa é de que a barragem se rompa até domingo (26)
O risco iminente de rompimento da barragem de rejeitos da Vale na mina Gongo Soco, na região de Barão de Cocais, em Minas Gerais, está deixando a população do entorno sem dormir. O reservatório é do mesmo tipo do que se rompeu em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro.
A Vale admitiu que a movimentação do talude da mina de Gongo Soco aumentou. Antes a estrutura se movia de 3 a 4 cm por dia, agora o número subiu para 5 a 10 cm diários. Com os novos dados, a projeção é de que o talude pode se romper até domingo(26).
As atividades na mina de Gongo Soco estão suspensas desde do dia 17 de maio, quando o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Eduardo Leão, informou que com a gravidade do fato, o talude iria se romper de qualquer jeito.
A Vale vem tomando medidas preventivas, como a interdição de uma parte da ferrovia que liga BH a Vitória. Além de simulações de evacuamento de emergência com os moradores da região. Mas a população de Barão de Cocais tem vivido um clima de terror desde que os primeiros alertas de rompimento foram feitos.
A barragem é classificada com nível 3 de risco. Dessa forma, ninguém sabe informar o tamanho real da devastação que iria ocorrer caso o rompimento se concretize. A Secretária de Estado do Meio Ambiente projeta que 15% de todo o complexo deve ser destruído.
Ruptura do talude pode ser só o começo
Com um reservatório de rejeitos bem próximo a mina de Congo, autoridades e população temem que o talude ceder seja só o começo do desastre. O tremor ocasionado com a ruptura das paredes da mina, pode vir a ser um estímulo para o rompimento do reservatório.
Se isso acontecer, a lama pode chegar a um local onde vivem mais de 10 mil pessoas. Cerca de 400 moradores já foram tirados de suas casas. O motivo é de que eles habitavam uma área chamada de autossalvamento. Os locais classificados dessa maneira, são aqueles onde não haveria como o resgate chegar a tempo.
Enquanto isso as políticas efetivas contra a empresa inexistem. Ontem (23) o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, apenas garantiu "que o governo tomou como providências, de forma preventiva, com a retirada de 400 moradores e o isolamento da área de risco, bem como a sinalização, treinamento e simulações, com a presença permanente de servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM) e da defesa civil local".