Reforma da CLT aumenta urgência da luta contra a exposição ao benzeno
05 de Outubro de 2017
Saúde
Neste 5 de Outubro é o Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno
Este 5 de outubro marca o quinto ano do Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao BENZENO e, como já é tradição no meio sindical, a bancada dos trabalhadores na Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz) elaborou um boletim especial sobre o tema para que seja panfletado pelas entidades sindicais nas empresas que utilizam a substância.
Neste ano, a publicação traz como tema principal a reforma trabalhista e as mudanças na CLT na área de saúde e segurança do trabalho, alertando que o impacto será o aumento da precarização e consequentemente o aumento dos riscos de doenças e acidentes, inclusive com mortes.
O exemplo mais gritante dos ataques a saúde do trabalhador com a Reforma, aponta o Boletim, é a permissão de trabalho de grávidas e lactantes em local insalubre. “Isso afeta diretamente as trabalhadoras expostas ao Benzeno, como é o caso de toda a cadeia produtiva do petróleo e siderurgia, além dos trabalhadores nos postos de combustíveis”, diz o texto na capa da publicação.
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Maioria dos trabalhadores expostos ao benzeno são operadores e mecânicos
O Brasil tem mais de sete milhões de trabalhadores potencialmente expostos ao benzeno, a maioria são operários e mecânicos de máquinas e motoros. A informação é da Pesquisa “Quantos são os trabalhadores expostos ao benzeno no Brasil”, publicada em julho passado no 12º Boletim Epidemiológico da Saúde do Trabalhador, e tema de reportagem da edição de setembro da Revista Proteção.
De acordo com a publicação, a mortalidade por leucemia entre os expostos à substância é quase o dobro da estimada na população geral.
Utilizando dados do Censo 2010, a pesquisa estima que, do total de 86,3 milhões de trabalhadores ativos formais e informais no Brasil naquele ano, 7,4 milhões (8,5%) estavam envolvidos em atividades ocupacionais com exposição potencial ao benzeno. Desse total, projeta que 770.211 trabalhadores estavam certamente expostos, sendo 474.116 (61,6%) operadores e mecânicos de máquinas e motores.
Esses trabalhadores, em gera, têm atividades envolvendo o manuseio do benzeno ao utilizá-la como solvente, diluente, lubrificante ou desengordurante na limpeza de máquinas e veículos.
O segundo maior grupo de trabalhadores expostos são os frentistas de postos de gasolinas, 16.8%.
A prevalência da exposição ao benzeno no trabalho concentra-se nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.