Voltar

Brasil - Alemanha: globalizando a solidariedade e a esperança

06 de Outubro de 2015

Internacional

A convite da CNQ e parceiros, delegação alemã vem a São Paulo para celebrar os 30 anos de intercâmbio e solidariedade entre trabalhadores dos dois países

A visita dos nossos companheiros e companheiras alemães neste mês de setembro a São Paulo celebraram os 30 anos de fortes laços de solidariedade entre trabalhadores, militantes e sindicalistas. Passados mais de três décadas, não há dúvidas de que esse intercâmbio foi fundamental para que os trabalhadores(as) do ramo químico da CUT estabelecessem um amplo leque de relações com trabalhadores(as) e sindicatos dos países europeus, da América Latina e os EUA, tão necessárias para a toda a classe trabalhadora que, afinal, é uma classe internacional.

Na delegação estavam os companheiros e companheiras:

Fritz Hofmann: trabalhador químico aposentado da BASF que foi membro da Comissão de Fábrica e acompanha até hoje o trabalho desenvolvido pela Rede de Trabalhadores na BASF América do Sul.

Thomas Schmidt: sacerdote que estudou teologia em Frankfurt e no Rio de Janeiro e entrou no intercâmbio por parte da pastoral de trabalhadores em Frankfurt.

Monika Riemer: professora de alemão que esteve no Brasil em 1990 com uma delegação de sindicalistas químicos e membros de grupos eclesiásticos e acompanhou várias greves do período, entre elas a da Glasurit (atual Suvinil).

Ursula Hannay: enfermeira que desde 1989 tem contato com sindicalistas químicos da CUT da antiga “Glasurit do Brasil” e com o a pastoral de trabalhadores da diocese de Santo André.

Beatrix Sassermann: trabalhou de 1969 até 2012 na Bayer e desde 1990 participa do intercâmbio de trabalhadores químicos com colegas do “Círculo de química” de outras empresas químicas e farmacêuticas como Bayer, BASF, Boehringer Mannheim (hoje Roche Diagnostics), Höchst, Merck Darmstadt, Schering e com companheiros do âmbito eclesiástico.

Hans-Jürgen Koch: assistente de laboratório químico na BASF, membro do sindicato dos químicos da Alemanha (IG BCE) que tem entre suas tarefas ser diretor do conselho de empresa do Grupo BASF na Alemanha e organizador das eleições de BASF SE.

A iniciativa da CNQ de celebrar esse marco com a visita da delegação foi possível graças à parceria da Fetquim-SP e dos sindicatos Químicos do ABC, Químicos de São Paulo e Químicos Unificados.

Homenagens

A primeira atividade da delegação alemã foi a recepção no auditório do Sindicato dos Químicos de São Paulo, no dia 15 de setembro, que contou com a presença de lideranças históricas que reviveram um pouco da história desse intercâmbio que começou a partir da notícia da demissão de Expedito Soares, trabalhador na Glasurit, atual BASF Demarqui, e dirigente do Sindicato dos Químicos do ABC.

“Naquela época, o Sindicato dos Químicos da Alemanha ignorou nosso pedido de solidariedade diante da demissão de Expedito e quem nos estendeu a mão, realizando uma campanha pela readmissão do companheiro, foi o grupo de militantes representados aqui por estes seis companheiros e companheiras”, contou, emocionado, o secretário de administração da CNQ, Sergio Novais.

Cada integrante da delegação se apresentou e contou um pouco da sua experiência com o movimento sindical brasileiro, as lutas desenvolvidas e as amizades que ficaram até os dias de hoje.

"Eles (o capital) globalizaram a economia, nós globalizamos a esperança" afirmou também emocionada Beatrix Sassermann, que continua em contato permanente com o Sindicato dos Químicos Unificados, hoje devido à luta dos trabalhadores contaminados pela Shell/Basf, em Paulínia.

Na extensa programação, a delegação alemã visitou à BASF Demarchi, em São Bernardo, onde conversou com os membros da Comissão de Fábrica, reuniu-se com a Pastoral Operária de Santo André, fez um passeio de barco pela represa Billings para conhecer o lado poluído, próximo ao Rio Pinheiros, e o lado limpo, próximo à nascente, em São Bernardo do Campo, debatendo a crise hídrica de São Paulo com a Colônia de Pescadores.

Os companheiros também visitaram o Museu da Resistência (antigo DOPS), na capital, a Escola Nacional Florestan Fernandes do MST, em Guararema, e foram a sede do Sindicato dos Químicos Unificados, em Campinas, participar de um Debate sobre o Filme Caso Shell.