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Braskem assumirá central petroquímica do Comperj

09 de Abril de 2012

Ramo Químico

A Braskem vai assumir 100% da central petroquímica do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que terá capacidade de produção de 1,1...

A Braskem vai assumir 100% da central petroquímica do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que terá capacidade de produção de 1,1 milhão de toneladas de eteno a partir de 2017. Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, o crescimento do consumo previsto para os próximos anos pode fazer, inclusive, com que haja uma antecipação de até dois anos na entrada em operação da unidade.

Além disso, a Copa do Mundo e a Olimpíada do Rio de Janeiro devem ser dois eventos temporais de grande porte que vão estimular ainda mais o crescimento da demanda por resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno e PVC, principalmente), que são o foco principal da Braskem.

"A Braskem já definiu que vai participar, mas ainda precisa fechar documento no mês de abril que é o acordo final", disse Costa. Segundo ele, a Braskem deverá se interessar especificamente pelo polietileno e pelo polipropileno. "Como existem outras resinas que não estão no acordo, ela vai definir se participará ou não desta parte. Se não, a Petrobrás vai buscar outros parceiros", acrescentou.

Gás natural

A Petrobrás fez uma revolução no projeto do Comperj e agora conta com o gás natural do pré-sal como combustível, além de óleo médio e leve para a produção de derivados. Segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, a central petroquímica do Comperj vai consumir em média 15 milhões de metros cúbicos por dia. Já a primeira unidade de refino, prevista para entrar em produção em 2013, com capacidade de processamento de 165 mil barris por dia, vai utilizar óleo médio e leve, e não mais o óleo pesado previsto no projeto original.

A refinaria poderá fazer um "blend" entre petróleo pesado e leve. A segunda refinaria, que terá a mesma capacidade de processamento, de 165 mil barris por dia, entrará em operação em 2018.

Segundo o diretor da Petrobrás, o projeto original teve que ser modificado porque ficou defasado depois que ocorreram as confirmações de reservas no pré-sal da Bacia de Santos. Além disso, segundo ele, o crescimento do consumo no mercado interno, acima do esperado, exigiu esforços da empresa para aumentar a oferta destinada ao País. "As cinco unidades que projetamos - Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro - serão voltadas exclusivamente para atender ao mercado interno". Até mesmo a unidade cearense, que era 100% voltada à exportação, agora terá sua produção destinada ao Brasil.

Costa também afirmou que dentro dos próximos dois meses deverá haver uma definição sobre o meio de transporte do gás natural do pré-sal para a refinaria. Segundo ele, a hipótese mais provável é a de construção de um gasoduto ligando a área produtiva à costa, num total de 250 a 300 quilômetros. "Ainda vamos definir o traçado, mas não está descartada a possibilidade de haver o transporte por meio de GNL embarcado", disse, destacando que uma possibilidade não exclui a outra.

Ainda de acordo com o diretor da Petrobrás, a utilização do gás natural como matriz energética para a petroquímica deverá reduzir o custo do projeto.