Carta Pública: Lula destaca reindustrialização com foco no Ramo Químico

Na chamada “Carta para o Brasil do Amanhã”, o candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou como um dos 13 pilares de seu Programa de Governo a reindustrialização do País, com destaque para setores do Ramo Químico considerados estratégicos para a retomada do desenvolvimento estratégico e para a recuperação da soberania nacional.

O texto cita, entre outros pontos, a proposta de busca pela soberania em fertilizantes – na contramão da política de desmontes, simbolizada pelo fechamento de três fábricas de adubo da Petrobras nos últimos quatro anos.

Essas ações levaram ao aumento da dependência de importações, especialmente da Rússia, que, no contexto da guerra contra a Ucrânia, colocou em xeque a produção de alimentos no Brasil.

A carta assinada por Lula menciona também a indústria da Saúde, que engloba o setor farmacêutico, cujo desenvolvimento é crucial para garantir maior acesso a serviços para as trabalhadoras e trabalhadores, especialmente em momentos de crise, como nos picos na pandemia da covid-19.

Ainda sobre o Ramo Químico, o documento destaca os setores de petróleo e gás, que também vêm sendo enfraquecidos por medidas ultraneoliberais, que travaram os investimentos na maior estatal do Brasil e chegaram a privatizar a primeira refinaria do País, responsável pelo abastecimento de todo o estado da Bahia, onde hoje a classe trabalhadora é penalizada com os mais altos preços dos combustíveis.

A retomada da aposta na Petrobras como propulsora do desenvolvimento industrial do Brasil deve passar ainda pelo fim da política do Preço de Paridade de Importação (PPI), real responsável pelo encarecimento da gasolina e do dieses nas bombas e injustificável para um País capaz de produzir a maior parte do combustível consumido internamente.

Ciência e Inovação

Associando a reindustrialização à pesquisa e às tecnologias, a carta destaca ainda outros setores nos quais o Brasil não precisa depender de importações, como microprocessadores, satélites, aeronaves e plataformas; além de softwares, defesa e telecomunicações.

“Vamos iniciar a transição digital e trazer a indústria brasileira para o século XXI, com uma política que apoia a inovação, estimula a cooperação público-privada, fortalece a ciência e garante acesso a financiamentos com custos adequados. Os segmentos das micro, pequenas e médias empresas, bem como das startups, receberão atenção especial. O futuro pertence a quem implantar a sociedade do conhecimento”, destaca Lula.

Outro dos 13 itens da carta apresenta propostas para o desenvolvimento sustentável e para a transição ecológica.

Direitos

Outro ponto destacado pelo candidato propõe a construção de uma Nova Legislação Trabalhista que assegure direitos mínimos, inclusive previdenciários, e salários dignos, propiciando competitividade e investimentos das empresas.

Após o golpe de 2016, uma série de alterações na legislação retirou direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, enfraquecendo também a atuação do movimento sindical.