CNQ discute projeto para capacitação das mulheres do Ramo Químico

A reunião ampliada da Secretaria da Mulher trabalhadora da CNQ, realizada na manhã desta terça-feira, 5 de junho, em São Paulo, debruçou-se sobre a importância da realização de um bom trabalho de capacitação da mulher trabalhadora do ramo químico com a apresentação do projeto UBUNTU pela educadora Cleoci Machado.

Contando com a experiência da então ICEM (atual IndustriALL), foi resgatado o projeto UBUNTU, realizado no final dos anos 90 e início dos anos 2000 com mulheres do ramo químico da América Latina e que foi encerrado devido à interrupção do financiamento internacional. A atual presidenta da CNQ.CUT, Lucineide Varjão, foi uma das companheiras brasileiras que cursaram o UBUNTU e um importante exemplo do empoderamento das mulheres no movimento sindical a partir dessa rica experiência.

“Nós temos o Formaquim Mulher, que é reconhecido nacionalmente, mas sentimos a necessidade de uma capacitação maior para as químicas frente a nossa conjuntura e ao desafio da paridade nas instâncias da CUT. O UBUNTU é uma experiência muito interessante, mas exige compromisso das companheiras”, pontuou Lucineide Varjão.

A ideia que será levada às direções dos sindicatos afiliados à CNQ é de um curso com duração de dois anos, composto de seis módulos de quatro dias (de quinta-feira a domingo), sendo os dois primeiros módulos ainda este ano (setembro e novembro).

O projeto

UBUNTU para os africanos é a capacidade humana de compreender, aceitar e tratar bem o outro, uma ideia semelhante à de amor ao próximo. UBUNTU significa generosidade, solidariedade, compaixão com os necessitados, e o desejo sincero de felicidade e harmonia entre as mulheres e os homens.

Entre os objetivos, está a capacitação da mulher trabalhadora, com alta percepção de si mesma e seus compromissos enquanto seres comprometidos para tornar este mundo melhor; provocar a reflexão sobre a história da humanidade, do sindicato, da própria história de vida da cursista; capacitação para participação nas negociações coletivas; autoconhecimento e capacitação para estar na direção do movimento sindical, partidário e social.

Cláusulas e boletim eletrônico do Coletivo

Na segunda parte da reunião, as participantes debateram propostas de cláusulas novas que dialogam com a questão de gênero para compor as pautas reivindicatórias das campanhas salariais do ramo. Foram sugeridas doze cláusulas novas e a partir delas as participantes vão elencar as prioritárias e quais já fazem parte das Convenções Coletivas. "Vamos trabalhar para que na próxima reunião da Secretaria da Mulher Trabalhadora apresentarmos um painel com a sistematização de todo esse trabalho das novas claúsulas e cláusulas que já existem nas convenções dos sindicatos do ramo relacionadas com a mulher", explicou Lucimar Rodrigues, da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CNQ.

As participantes também deliberaram pela execução de um boletim eletrônico do Coletivo de Mulheres da CNQ, com notícias dos coletivos e secretarias dos sindicatos, além de artigos temáticos relacionados às discussões de gênero, e dicas culturais.