CNQ participa de Congresso dos Químicos da Alemanha
04 de Novembro de 2021
Internacional
A convite do IG BCE, Lu Varjão refletiu sobre desafios da pauta ambiental, dos avanços tecnológicos, da reestruturação dos sindicatos e da pandemia
Secretária de Relações Internacionais da CNQ-CUT e vice-presidente da IndustriALL Global Union na América Latina, a companheira Lucineide Varjão participou, nesta semana, do Congresso do IG BCE - Sindicato Nacional dos Químicos da Alemanha.
Em sua exposição, a dirigente destacou a importância da cooperação entre as organizações para o fortalecimento do movimento sindical e do Ramo Químico em âmbito internacional, a partir do intercâmbio de experiências, desafios e estratégias de organização.
Pauta ambiental
Nas discussões sobre os pactos para redução de emissão de carbono, Lu Varjão avaliou que o movimento sindical está distante do debate, que tem se restringido a plataformas de propaganda e marketing social por parte do setor patronal e de governos latino-americanos, a exemplo do Brasil.
A dirigente exemplificou que, enquanto o Governo Bolsonaro anuncia, na cúpula do clima, antecipação de 2060 para 2050 da meta para a neutralidade do carbono, em aceno às pressões internacionais, a inexistência de políticas ambientais tem acelerado as queimadas na Amazônia e no Pantanal. “Já se identificou parte desses incêndios como criminosos, a serviço de pecuaristas e plantadores de soja”.
Avanços tecnológicos
Outra discussão paralisada, em decorrência da desestruturação da política industrial no Brasil e na América Latina, gira em torno dos processos de digitalização e da Indústria 4.0.
“Não há continuidade deste debate no momento. E a grande dificuldade do movimento sindical da região para esses temas é o desconhecimento”, analisou Lu Varjão, que ressaltou o desafio das organizações em se capacitarem.
Reorganização
Lu Varjão destacou ainda o desafio para a construção de um novo modelo de estrutura sindical, capaz de garantir real representação de todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores, dado o avanço da precarização nas relações de contratação desde o golpe de 2016.
Além de terceirizados, horistas, mensalistas e autônomos, há também, no setor industrial, a realidade imposta pela pandemia de companheiras e companheiros atuando em regime de home office.
A dirigente observou que os sindicatos precisam desenvolver novas e eficazes formas de comunicação com as bases. “Isso exige uma mudança cultural profunda”.
Desafios da pandemia
Lu Varjão também refletiu sobre os principais desafios da classe trabalhadora e do movimento sindical decorrentes da pandemia da covid-19.
A manutenção dos empregos e postos de trabalho foi o maior deles, de acordo com a companheira.
A negociação com as empresas acerca de protocolos de saúde, segurança e testagem no local de trabalho, a preocupação com a higiene no transporte coletivo, a luta pelo reconhecimento da covid como doença ocupacional foram outros pontos elencados pela Secretária de Relações Internacionais da CNQ-CUT, que reafirmou a postura genocida do governo Bolsonaro.
Outro problema foi o afastamento entre bases e sindicais, diante das restrições para panfletagem e do regime home office para alguns trabalhadores e trabalhadoras, em prol de quem as organizações precisaram atuar pela garantia de direitos mínimos.