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Confira: Relato do Sindipolo-RS sobre acidente operacional no Pólo Triunfo em 11/12

14 de Dezembro de 2012

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Na madrugada de segunda para terça-feira, dia 11/12, possivelmente em função da tempestade, mas pode ser consequência de algum outro problema até...

Na madrugada de segunda para terça-feira, dia 11/12, possivelmente em função da tempestade, mas pode ser consequência de algum outro problema até então não identificado,  várias empresas de segunda geração do Polo Petroquímico do RS "caíram", isto é, saíram de operação. Com isto, a unidade de Utilidades (UTIL) da UNIB/Braskem, teve que fazer um ajuste na carga de vapor das caldeiras 2 e 3, que vai para estas empresas.

 

No momento deste ajuste, houve uma queda rápida do fornecimento de energia elétrica na UTIL e, com isto, a queda de um dos três tubos geradores e das duas caldeiras que estavam operando. Na quedas das caldeiras foi fechada uma válvula (a confirmar) que depois não abriu. Este fechamento teria bloqueado bruscamente o envio de vapor para as unidades de processo.

 

Na sequência, em princípio, pela falta de fornecimento e queda da pressão de vapor, caíram as unidades de processo da UNIB.

 

Em função desta emergência, em princípio pelo fluxo de produto criogênico (temperatura negativa), houve o congelamento e a obstrução de uma linha de gás combustível de 16 polegadas (diâmetro a confirmar) para os fornos e isto ocasionou o rompimento da linha, que fica próxima ao 10-V-04 no pipe rack da Unidade de Olefinas I.

 

De toda a ocorrência, o rompimento desta linha é o que poderia ter gerado um acidente de grandes proporções, pela emanação de gás combustível no local, o que dificultou a chegada ou acesso da operação para constatar, de fato, o que tinha ocorrido. Tanto que, inicialmente, a conclusão era de que houvesse um vazamento de propeno no fundo da 13-T-07, informado pela empresa.

 

Na ocorrência, em função da variação brusca de temperatura, houve o rompimento das serpentinas do 11-F-08, resultando no derramamento de produto para dentro do forno e um incêndio.  Em torno das 15h, também houve incêndio no interior  111-F-07 da Olefinas II, com as chamas saindo por baixo do forno.  Possivelmente, tenham ocorridos danos também em outros fornos de pirólise.

 

Em função desta ocorrência e do risco eminente de uma explosão, até seguida de incêndio de grandes proporções, e após intervenção do Sindipolo e do Sindiconstrupolo, as empresas dispensaram os trabalhadores do horário administrativo, tanto diretos como terceirizados, durante a terça-feira, 11.

 

Na manhã da terça-feira, houve muitos transtornos para definição de um efetivo mínimo de pessoal de manutenção para apoio, principalmente em algumas unidades de segunda geração, como PP-2, PE-5, PE-4, Innova e outras, que mesmo após a liberação de todos os trabalhadores do ADM, ainda mantinham em suas unidades trabalhadores em número superior ao que era necessário, questão que foi contornada através da intervenção dos dois sindicatos.

 

Até aqui procuramos, resumidamente, tratar das conclusões e informações que tivemos acesso na terça-feira. A partir de informações dos trabalhadores e dos dirigentes sindicais tanto da manutenção, como da operação, na reunião de diretoria da quinta-feira à noite,  teremos um relato mais detalhado e completo de toda a ocorrência. Inclusive situando as condições em que estão todas as unidades da Braskem assim como das demais empresas, no que se refere a retomada da normalidade operacional.

 

E com isso, também teremos nossas considerações, a partir da análise de todas as informações, sobre as reais causas, assim como as consequências do evento e, além disso, como trataremos esta questão com as empresas. Inclusive, na quinta-feira, 13, a direção do Sindipolo teve uma reunião prévia com representantes da Braskem para tratar do tema.

 

Precisamos tratar com rigor esta questão, pois este foi o terceiro evento no Polo, de considerável proporções, durante este ano de 2012. Em fevereiro, em função de um grande volume de chuva, tivemos o adernamento do teto móvel do 31-TQ-02 (tanque de nafta), com mais de 50 metros de diâmetro e cerca de 20 de altura, que resultou em liberação de vapores e gás de nafta para a atmosfera. Também foi necessária a evacuação das áreas de todas as empresas do Polo, com a dispensa dos trabalhadores do ADM. Neste caso, o adernamento da tampa, entre outros motivos, ocorreu porque estava com as duas válvulas de dreno do teto fechadas.

 

Posteriormente, houve um sério vazamento de butadieno na nova unidade de produção do produto pela Braskem, que neste caso exigiu a retirada da área dos trabalhadores terceirizados.

 

Ou seja, nestes três episódios, em princípio, não houve vítimas imediatas. Mas como eles ocorreram em período relativamente curto, chama atenção o que poderá vir pela frente. Isto requer das empresas uma atenção e um tratamento rigoroso destas questões. Como as estatísticas de acidentes até mesmo de grandes proporções no setor petroquímico mostram, acontecem após uma sequência de ocorrências de menor proporção, ou até mesmo de grande proporção como foram estas, sem vítimas.

 

SINDIPOLO

13.11.2012