Voltar

Cresce campanha internacional em solidariedade a Lula

23 de Janeiro de 2018

Internacional

Campanha #EleiçãoSemLulaÉFraude ganha força e engajamento de organizações sindicais e personalidades de todo o mundo

Entidades sindicais e personalidades de várias partes do mundo intensificam no Exterior a campanha em defesa da democracia e do direito de o ex-presidente Lula ser candidato nas eleições de outubro.

Organizações continentais e mundiais, além de centrais e sindicatos de países como França, Espanha, Suíça, China, Paquistão, Bulgária, Áustria, Argentina, Uruguai, Costa Rica e Venezuela estão entre entidades que aderiram à campanha e expressaram sua solidariedade ao ex-presidente e à classe trabalhadora brasileira.

Figuras públicas como a ex-ministra da Justiça da Alemanha e doutora em Direito, Herta Däubler-Gmelin, e o vice-presidente da Assembleia da República de Portugal, Luís Fazenda, também se manifestaram, criticando o processo equivocado ao qual Lula está sendo submetido e o risco que isso representa não apenas à Justiça, mas também à democracia brasileira.

Além de vídeos e mensagens de solidariedade, matérias em sites e artigos na mídia de seus países, as organizações sindicais estão enviando cartas a autoridades brasileiras dos três poderes alertando que Lula é alvo de perseguição política, já que os processos contra ele não têm qualquer fundamento legal e que impedi-lo de disputar a eleição será mais um ataque feroz à democracia. Eleição sem Lula é fraude, reiteram em suas manifestações.

Os documentos estão sendo enviados, inclusive, aos juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, que julgará, no próximo dia 24, o recurso da defesa do ex-presidente contra a condenação infundada e sem provas imposta a ele pelo juiz Sérgio Moro no caso do tríplex do Guarujá.

Há também vários atos marcados em cidades da Europa e das Américas (confira aqui) e as organizações sindicais estão orientando os trabalhadores de seus países a realizarem manifestações nas embaixadas brasileiras na data do julgamento.

A campanha internacional #EleiçãoSemLulaÉFraude ganhou impulso com o apoio da CUT que, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, tem denunciado no Exterior o golpe contra a democracia e os ataques contra os direitos da classe trabalhadora.

 “As organizações sindicais têm convicção de que a perseguição a Lula é o aprofundamento do golpe, que arrancou a presidenta Dilma Rousseff do governo e destruiu direitos trabalhistas e sociais. E sabem o que isso pode significar para os trabalhadores de outros países”, afirma Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT.  

Respeito ao Direito

As entidades sindicais reivindicam, em suas manifestações, que o ex-presidente Lula seja julgado pelo TRF-4 de forma justa e que os instrumentos internacionais de direitos humanos sejam respeitados.

É o que pedem, por exemplo, a Confederação Sindical Internacional (CSI), por meio de comunicado assinado pela secretária-geral Sharam Burrow, o presidente da Federação Sindical da China, Jui Chen, e a Confederação Sindical das Américas (CSA).

“Rechaçamos a perseguição política e judicial contra o ex-presidente Lula. As forças conservadoras do Brasil, em articulação com o poder legislativo, midiático e judicial só se darão por satisfeitas quando Lula estiver fora da disputa eleitoral deste ano, porque sabem que ele venceria, como mostra a maioria das pesquisas”, destaca Victor Baez, secretário-geral da CSA.

Declarações semelhantes estão sendo feitas por entidades como: as centrais sindicais da França (CFDT), da Áustria (ÖGB), da Argentina (CTA e CGT), Uruguai (PIT/CNT), Espanha (UGT, CCOO e USO), Paquistão (APFUTU); a representação da Uni Global Union nas Américas (entidade mundial dos trabalhadores no setor de serviços), a Associação Nacional de Educadores da Costa Rica, a Federação dos Mineiros da Bulgária e a ALBA - Articulação Continental dos Movimentos Sociais. Da Venezuela, foi enviada mensagem de solidariedade assinada por representantes de 15 entidades sindicais e do movimento social.

Caravanas

O secretário de Relações Internacionais da CUT lembra que as principais organizações sindicais de países do Cone Sul, como Argentina e Uruguai, estão organizando caravanas para participar, ao lado dos trabalhadores brasileiros, das atividades que vão acontecer na capital gaúcha. “Várias caravanas sairão dos países vizinhos para estarem conosco especialmente na vigília que começa no dia 23, véspera do julgamento, e na manifestação que acontece no dia 24 em Porto Alegre”, informa Antonio Lisboa.

Fonte: CUT