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Defesa da Petrobras e participação de petroleiras na direção marcam XVII CONFUP

07 de Agosto de 2017

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Para a presidenta da CNQ, Lucineide Varjão, as decisões do Congresso Nacional da FUP foram de suma importância para o ramo químico

Realizada de 04 a 06 de agosto, em Salvador (BA), o VII Congresso Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP) encerrou seus trabalhos com a aprovação de um vasto plano de lutas para barrar a privatização do Sistema Petrobrás e a retirada de direitos, e a eleição da nova diretoria da entidade, para o triênio 2017/2020.

A chapa eleita manteve na coordenação o companheiro José Maria Rangel e conta com a maior representação feminina da história da organização da FUP: oito mulheres estão na direção, sendo três na executiva, três na suplência e duas no Conselho Fiscal. Assim, a nova direção tem 50% de renovação e 22% de mulheres, o que representa um grande avanço para as petroleiras.

Com o tema “Privatizar faz Mal ao BRasil”, o XVII CONFUP reuniu em Salvador cerca de 400 petroleiros e petroleiras de vários estados do país e debateu profundamente o desmonte do Estado, dos direitos e das conquistas sociais. As lideranças políticas e dos movimentos sociais que participaram do Congresso, assim como especialistas e acadêmicos que discutiram os impactos das reformas trabalhista e previdenciária e a desregulamentação do setor de óleo e gás, apontaram que só com unidade a classe trabalhadora conseguirá enfrentar e reverter os retrocessos impostos pelo golpe. A presidenta da CNQ, Lucineide Varjão, acompanhou todo o congresso, representando o ramo químico da CUT.

"As deliberações e decisões tomadas no Congresso da FUP foram de suma importância para o Ramo Químico e para o conjunto da classe trabalhadora. Nós, da CNQ, parabenizamos toda a direção, em especial as 'meninas'. Sabemos que a caminhada foi longa pra chegar no estágio atual de organização, mais aos poucos está sendo construída uma nova história no movimento sindical, social e partidário!", comentou Varjão, ao final do evento.

"A direção da CNQ-CUT desejamos a todos e todas um mandato de muita luta rumo a um mundo melhor, mais justo, fraterno e com igualdade de oportunidades para os gêneros", expressou a presidenta da CNQ.

Papel estratégico do Petróleo

Na manhã do domingo 06, os presentes puderam participar do painel “Privatizar a Petrobrás faz mal ao Brasil”, com o  ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli e do economista e professor da UFRJ, Eduardo Pinto, um dos integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas Estratégicas para o Setor de Óleo e Gás (GEEP/FUP).

O ex-presidente da Petrobrás explicou as mudanças que estão acontecendo no setor de petróleo no Brasil, que reduzem o controle do estado e facilitam a abertura para empresas estrangeiras. Ele relatou que as grandes mudanças  ocorrem nas áreas de exploração e produção, na política de gás natural e no refino e abastecimento.

Segundo Gabrielli, há um claro estímulo para montagens de pacotes para refinarias e logística, visando o incentivo da entrada de outras empresas no mercado. “Essas mudanças que estão ocorrendo fazem parte de uma política de governo, que defende que o petróleo vai deixar de ser importante,  partindo do pressuposto que o carro  elétrico  irá substituir os veículos com motores a combustão”.

 

Barrar a Privatização

O XVII Confup aprovou que a principal luta dos petroleiros continua sendo barrar a privatização do Sistema Petrobrás para que a empresa volte a cumprir o seu papel de indutora do desenvolvimento nacional. Essa luta está diretamente associada à preservação dos postos de trabalho e do Atual Acordo Coletivo.  As reformas impostas pelo golpe, a terceirização de atividades fim e a desnacionalização dos ativos da Petrobrás impactam profundamente as condições de trabalho dos petroleiros. “Nesta atual conjuntura, salário deixou de ser o principal ponto de pauta das campanhas reivindicatórias”, alertou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz, em sua palestra sobre os impactos da reforma trabalhista. 

A pauta de reivindicações que os trabalhadores aprovaram no Confup é a manutenção do atual Acordo Coletivo de Trabalho e reajuste salarial com reposição integral da inflação do período pelo ICV/Dieese e ganho real.

Com informações e imagens da FUP: www.fup.org.br