Desemprego no governo Temer atinge 2,6 milhões de brasileiros
31 de Maio de 2017
Brasil
Para economista do Dieese, retração tende a aumentar com política de redução do Estado
Por Luiz Carvalho - CUT
Pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (31) aponta que o Brasil tem 2,6 milhões a mais de desempregados neste primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o levantamento, 14,048 milhões de pessoas estavam em busca de emprego entre fevereiro e abril de 2017. Em 2016, no mesmo período, eram 11,411 milhões, o equivalente a 2,6 milhões de novos desempregados desde que o ilegítimo Michel Temer (PMDB) chegou à presidência da República.
Os dados apontam aquilo que a CUT já defendia durante a campanha pelo impeachment: uma agenda recessiva afeta, principalmente, a classe trabalhadora e as reformas prometidas por Temer para agilizar a economia não dão qualquer sinal de melhora, conforme aponta a técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Adriana Marcolino.
“Não há sinais efetivos de mudança. O que temos são pontualmente alguns setores que num mês têm melhora e depois não se consolida. Além disso, as políticas do governo, seja do ponto de vista das políticas sociais, de desenvolvimento ou infraestrutura não ajudam para a geração do emprego, ao contrário, são recessivas e mantém o desemprego em patamares bastante elevados”, disse.
Continuidade de Temer é continuidade da crise
Para Adriana, o cenário de instabilidade política, econômica e social que se aprofunda com a continuidade de Temer no poder, por um lado, não inspira confiança nos empresários para investir. Por outro, faz com que os trabalhadores temam por seus empregos num modelo que propõe terceirização sem limites e rebaixamento de condições dignas no emprego.
“Se havia uma pequena perspectiva de haver crescimento na economia neste ano, isso pode nem se concretizar, porque entramos de novo em outro desdobramento da crise. Isso faz com que os trabalhadores sintam grande nível de insegurança e deixem gastos que julguem desnecessários ou possam postergar para outro momento. Isso gera um clima de travamento da economia”, explica.
Aliado a esses fatores, há ainda a retração do papel do Estado como movimentador do país. “As reformas da Previdência e Trabalhista, unidas aos cortes econômicos têm impacto negativo porque o Estado é grande indutor de desenvolvimento, financiador da economia, que alavanca empregos. E a proposta do governo não é seguir nesse caminho, ao contrário, é privatizar e abrir espaço para o capita internacional, reduzindo na infraestrutura e políticas sociais”, aponta.